Brasil, 19 de setembro de 2025
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Receita Federal apreende dois navios em operação contra fraude no setor de combustíveis

Ação recente no Rio de Janeiro revela esquema de lavagem de dinheiro e sonegação envolvendo importação de combustíveis

Nesta sexta-feira, a Receita Federal realizou uma operação importante no Rio de Janeiro, apreendendo dois navios com carga avaliada em R$ 240 milhões. Segundo as autoridades, há indícios de que empresas de baixa capacidade financeira estão sendo usadas como fachada para ocultar os verdadeiros importadores e a origem dos recursos utilizados na importação de combustíveis.

Operação Cadeia de Carbono contra fraudes no setor de combustíveis

A operação Cadeia de Carbono tem como objetivo combater a sonegação de impostos e a lavagem de dinheiro relacionadas ao setor de combustíveis. Esta ação ocorre três semanas após flagrantes de infiltração do crime organizado, especialmente o Primeiro Comando da Capital (PCC), na economia formal, incluindo fintechs e fundos de investimento, com atividades ligadas à lavagem de dinheiro.

Impacto e investigação sobre esquemas fraudulentos

Segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a operação desta sexta-feira foca no braço aduaneiro das fraudes na importação de combustíveis, sem, no momento, estabelecer ligação direta com organizações criminosas específicas, como o PCC. “Por trás desses crimes, há estruturas complexas, societárias e contratuais, muitas vezes envolvendo os maiores devedores do Brasil”, afirmou.

O esquema investigado caracteriza-se pela chamada interposição fraudulenta, quando há a ocultação do verdadeiro importador e, consequentemente, da origem do dinheiro na operação. Muitas empresas de fachada, pequenas e sem estrutura física ou financeira, aparecem como proprietárias de navios que transportam grandes volumes de combustíveis, chegando a mais de 50 bilhões de litros por carga.

Imóveis, embarcações e irregularidades detectadas

Segundo as investigações, as embarcações estão sendo monitoradas e uma delas já estava fundeada no Porto do Rio, aguardando definição da carga, que pode incluir óleo bruto ou derivados de petróleo, como diesel e etanol. Uma segunda embarcação, com carga retida pela Receita, já foi desembaraçada na região do Espírito Santo, e seu rastreamento conta com o apoio da Marinha do Brasil.

Além das operações no Rio, fiscais da Receita realizaram diligências em estabelecimentos de combustíveis em Alagoas, Paraíba, Amapá e São Paulo, totalizando onze locais com irregularidades detectadas em depósitos e terminais de armazenamento.

Envolvimento de organizações criminosas e uso de cadeias complexas

As ações indicam possível envolvimento de laranjas, organizações criminosas e grandes grupos empresariais, que utilizam cadeias contratuais complexas para ocultar os responsáveis e os fluxos financeiros das operações ilícitas. “Este é apenas o começo, a ponta do iceberg”, declarou Barreirinhas.

Perspectivas futuras e reforço na fiscalização

O secretário da Receita Federal explicou que, apesar do foco na apreensão de cargas, o objetivo maior é barrar a utilização da aduana para fraudes no comércio internacional. Ele ressaltou que há uma estrutura criminosa com interesses específicos na destinação desses produtos no Brasil, e que toda a inteligência será compartilhada com as autoridades parceiras.

Nos próximos dias, a Receita Federal anunciará uma Instrução Normativa para reforçar as regras de controle e fiscalização na importação de combustíveis e hidrocarbonetos, buscando ampliar a eficiência das ações contra esses esquemas fraudulentos.

Mais informações podem ser acessadas nesta matéria da Globo.

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