O volume de carne suína brasileira exportada cresceu cerca de 72% entre janeiro e agosto de 2025, de acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). No primeiro mês do ano, foram aproximadamente 7,7 mil toneladas enviadas ao exterior, enquanto em agosto esse número atingiu 13,3 mil toneladas.
Principais destinos e fatores de crescimento
Entre os países destinos, Chile e Filipinas se destacaram. O Chile foi o segundo maior mercado da carne suína brasileira em julho e agosto, ultrapassando a China, que até então liderava o ranking. Em julho, o país importou 14,5 mil toneladas, o dobro do volume registrado em janeiro.
Segundo o Cepea, o aumento nos embarques ao Chile deve-se ao reconhecimento oficial, realizado em julho, de que o Paraná — o segundo maior estado produtor do Brasil — está livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica, o que facilita a exportação.
Montantes e evolução dos preços
Os preços do suíno vivo e da carne de porco mantiveram alta desde o final do primeiro semestre, contrariando a tendência de recuo habitual nesta época do ano. A demanda aquecida, principalmente no início de agosto, impulsionou as cotações, que seguiram firmes na segunda metade do mês.
De acordo com o boletim do Cepea, as médias mensais dos preços do suíno vivo em diferentes regiões variaram: R$ 8,57 em Minas Gerais, R$ 8,27 no Paraná, R$ 8,15 no Rio Grande do Sul, R$ 8,19 em Santa Catarina e R$ 8,76 em São Paulo, em agosto. A demanda forte também elevou as cotações das carnes suínas, apesar do período comum de retração de preços nesta época.
Impactos na cadeia produtiva e perspectivas
O aumento na exportação e na demanda interna contribuíram para a valorização dos preços e fortalecimento do setor suinícola brasileiro em 2025. Especialistas projetam que a tendência de crescimento deve continuar, especialmente devido às melhorias nos mercados internacionais e às ações de sanidade animal promovidas pelos produtores.
O crescimento das exportações reforça a posição do Brasil como um dos principais players no mercado global de carne suína e sinaliza uma recuperação do setor após períodos de desafios sanitários e econômicos.