Brasil, 18 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Relatório revela aumento de mortes prematuras por assistência médica no Canadá

Estudo aponta disparidades no uso de auxílio à morte assistida, especialmente entre grupos vulneráveis e com doenças neurológicas no Canadá

A legalização da assistência médica para o fim da vida (AMF) no Canadá tem resultado em altas taxas de mortes precoces entre grupos vulneráveis, aponta um estudo recente da organização Cardus Health. A pesquisa analisa o impacto do programa, expandido em 2021 para pacientes não terminais, e revela que os riscos aumentaram significativamente, especialmente entre pessoas com deficiência, doenças neurológicas e transtornos mentais.

Impacto da expansão da assistência médica na mortalidade precoce

Segundo o relatório “In Contrast to Carter: Assisted Dying’s Impact on Canadians with Disabilities”, as expectativas de que o programa de AMF, baseado na decisão Carter v. Canadá de 2012, protegeria grupos vulneráveis têm sido frustradas. A decisão original estabelecia que a assistência deveria ser limitada a casos de doenças terminais, com salvaguardas para aqueles com deficiência ou transtornos mentais, prevenindo abusos. Entretanto, ao ampliar o acesso, a quantidade de mortes assistidas entre pessoas não terminais cresceu de forma alarmante.

Dados alarmantes de mortes por deficiência e doenças neurológicas

Desde 2021, o número de mortes por assistência médica de pessoas não terminais aumentou de 223 para 622 em 2023. Ainda, entre 2019 e 2023, mais de 42% das mortes por AMF envolveram indivíduos que necessitavam de serviços de suporte à deficiência, com mais de 1.017 pessoas ainda sem acesso a esses serviços. O estudo indica que, atualmente, cerca de 15% das mortes por AMF no ano passado ocorreram em pacientes com transtornos neurológicos, incluindo dementia, com um aumento de quase 400% desde 2019.

Vulnerabilidade e saúde mental sob risco na ampliação do acesso

O relatório destaca que uma parcela significativa de pessoas solicitando ajuda para morrer apresenta comorbidades psiquiátricas, sendo que 39% dos casos em um centro de Toronto entre 2016 e 2019 tiveram diagnósticos de depressão ou outros transtornos mentais. Além disso, dados de 2023 mostram que quase metade dos pacientes (45,3%) que morreram por auxílio à morte se sentiam uma burdens para suas famílias, e 22% relataram isolamento e solidão como fatores de sofrimento.

Previsões e perspectivas futuras

Com a previsão de que o Canadá estenderá a assistência médica para pessoas com transtornos mentais isolados já em 2027, especialistas alertam para o agravamento dessas tendências. O estudo reforça a necessidade de revisão das salvaguardas estabelecidas inicialmente, para evitar que vulneráveis sejam induzidos ou pressionados a optar pelo auxílio à morte.

Segundo a análise de Cardus, as atuais políticas não estão atendendo às promessas de proteção às populações mais frágeis, o que reforça a importância de uma discussão aprofundada sobre os limites e controles desse tipo de prática no país.

Mais informações podem ser acessadas no relatório completo da Cardus Health.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes