Na última quarta-feira, o ativista conservador Charlie Kirk foi baleado enquanto discursava na Utah Valley University. Em contrapartida, a representante democrata de Minnesota, Melissa Hortman, e seu marido foram assassinados a tiros em junho, em casa, por um homem disfarçado de policial. As reações de líderes e presidentes após esses eventos mostram um evidente padrão de tratamento diferenciado.
Reações ao assassinato de Charlie Kirk
Após o tiroteio, Donald Trump utilizou suas redes sociais para prestar homenagem a Kirk, classificando-o como “uma lenda” e um “gigante de sua geração”. Trump também ordenou que a bandeira fosse hasteada a meio-pau até 14 de setembro e anunciou a medalha de ouro presidencial para Kirk, destacando sua importância para a liberdade.
Na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Mike Johnson, solicitou um momento de silêncio, e Lauren Boebert pediu orações abertas pelo ativista. Essas ações evidenciam uma forte demonstração de respeito e solidariedade por parte de políticos alinhados ao setor conservador.
Reações ao assassinato de Melissa Hortman
Em contraste, o silêncio foi notório após o assassinato de Hortman e seu marido. Trump não ordenou a bandeira a meio-pau, nem fez declarações públicas de condolências no momento. Questionado sobre o ocorrido, fez comentários depreciativos ao governador de Minnesota, Tim Walz, e optou por não comparecer ao funeral, preferindo jogar golfe na mesma semana.
Críticos destacam que, ao contrário do tratamento dado a Kirk, as lideranças republicanas não fizeram homenagens públicas significativas pela legisladora, cujo crime foi amplamente ignorado nas redes sociais oficialistas.
Polêmica das reações políticas e o argumento do viés
Nos comentários online, muitos apontam um evidente viés político na cobertura, citando que a reação ao atirador de Kirk foi rápida e emotiva, enquanto o assassinato de Hortman foi praticamente ignorado. “O direito conservador só se comove com figuras de seu lado. Quando são democratas, nada acontece”, afirmou um internauta.
Outro destacou que, ao invés de ações oficiais, alguns políticos usaram as redes sociais para zombar do episódio envolvendo Hortman, como o senador Mike Lee, que comentou de forma insensível sobre o ocorrido, reforçando a narrativa de um viés político na resposta às tragédias.
Perspectivas futuras e reflexões
Especialistas em comunicação política questionam a coerência das elites ao tratá-las diferentes situações de violência, levantando debates sobre imparcialidade e uso da homenagem como ferramenta política. A discrepância entre as respostas alimenta discussões sobre o verdadeiro valor dado aos diferentes atores políticos no cenário norte-americano.
Enquanto a Memorial Medal foi concedida postumamente a Kirk, a ausência de homenagens semelhantes a Hortman evidencia a polarização e os interesses políticos que permeiam incidentes de violência no país.
Por ora, o episódio reforça a necessidade de debate sobre imparcialidade e sensibilidade nas reações públicas a tragédias, independentemente da orientação ideológica. O que fica claro é que, na política americana, o tratamento às vítimas muitas vezes reflete o alinhamento político de quem reage.