Nesta segunda-feira, 15 de setembro de 2025, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anuncia a chegada de 15 novos peritos médicos federais em agências de diversas cidades do interior do Piauí. Esse reforço se dá em um contexto alarmante, pois a fila de pedidos na instituição ultrapassa a marca de 10 milhões em todo o Brasil, o que levanta questões sobre a eficiência e o atendimento ao público.
Impacto da nova contratação de peritos no Piauí
De acordo com o último relatório da Transparência Previdenciária, mais de 75 mil piauienses estão à espera de análise de seus pedidos no INSS. O gerente-executivo do INSS no Piauí, Raimundo Alves, destacou que os novos profissionais atenderão cidades como Altos, Campo Maior, Barras e Parnaíba. Alves enfatizou ainda que, na próxima semana, Piripiri, Esperantina e Picos também receberão a adição de novos peritos, o que pode representar um alívio para os cidadãos que aguardam suas análises.
O concurso realizado em fevereiro ofertou 30 vagas para o estado, e Ana Lúcia Vilela, chefe da divisão de Perícia Médica Federal no Piauí, mencionou que outros profissionais serão alocados em breve em cidades como Corrente, Cristino Castro, e Floriano. Com esse novo grupo, o estado passará a contar com um total de 54 peritos médicos, uma tentativa de melhorar o tempo de espera e atender a demanda crescente da população.
Números alarmantes na fila do INSS
O relatório divulgado referente a junho de 2025 revelou que 75.525 piauienses aguardam na fila do INSS, sendo que 29.203 estão especificamente buscando a concessão do benefício por incapacidade. Além dos números referentes ao Piauí, um levantamento aponta que a fila geral do INSS acumula mais de 10 milhões de pedidos, incluindo aposentadorias, pensões, auxílio-reclusão, entre outros.
O INSS, por sua vez, apresentou uma lista com 2,7 milhões de pedidos que incluem apenas os benefícios previdenciários e assistenciais. No entanto, isso desconsidera uma quantidade significativa de outras solicitações, como recursos contra decisões do INSS e pedidos de revisão de informações, que não estão contabilizados na lista oficial do governo.
Desafios e a realidade da espera
As demandas reprimidas se estendem por todas as 38 categorias de solicitações, levando a um tempo médio de espera que alcança 468 dias. O grupo mais afetado é o de pedidos de benefícios por incapacidade, onde cerca de 1,4 milhão de pessoas aguardam uma resposta, com uma média de espera de 62 dias. Outras solicitações, como os recursos contra decisões que negaram benefícios, também não são contabilizadas nas estatísticas oficiais, complicando ainda mais a realidade enfrentada por muitos cidadãos.
Cabe destacar que, enquanto a Previdência continua a pagar benefícios, existe o risco de que esses pagamentos sejam eventualmente interrompidos devido a suspeitas de irregularidades. A situação é preocupante especialmente para pescadores artesanais, que aguardam quase um ano para uma resposta sobre o seguro-defeso, cuja análise também não é incluída na lista oficial do governo.
A transparência e a comunicação do INSS
Em nota, o INSS afirmou que a fila oficial contemplada nos dados divulgados pelo governo inclui apenas os requerimentos de benefícios previdenciários e assistenciais que possuem prioridade na análise inicial. Segundo o instituto, as demais demandas têm naturezas distintas e não são consideradas na estatística geral. A instituição reiterou seu compromisso com a transparência na divulgação das informações e ressaltou a importância de priorizar aqueles requerimentos que diretamente impactam a concessão inicial de benefícios.
O futuro da fila do INSS continua a gerar incertezas, mas a chegada de novos peritos médicos federais pode ser um passo na direção certa para melhorar esse cenário, oferecendo a esperança para muitos brasileiros que aguardam ansiosamente a análise de seus pedidos.
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