Após uma operação do ICE em uma planta da Hyundai-LG na Geórgia, trabalhadores sul-coreanos questionam se devem retornar aos EUA devido às condições de detenção e insegurança. A ação resultou na prisão de 317 sul-coreanos e levou à suspensão do projeto, que prevê a geração de milhares de empregos.
Condicionalidades e receios dos trabalhadores sul-coreanos
De acordo com relatos obtidos pela Yonhap, os trabalhadores detidos na planta de Ellabell, Georgia, ficaram em condições precárias, em espaços apertados e insalubres, sem explicações claras sobre sua legalidade ou seus direitos. Um dos detidos teria registrado em diário o tratamento recebido, descrevendo a situação como abusiva e confusa.
Enquanto isso, o advogado de imigração Charles Kuck afirmou que seus clientes estavam no país de forma legal, com pelo menos um deles possuindo visto válido, segundo documento vazado pelo ICE. Apesar do apoio oficial, muitos trabalhadores decidiram retornar ao seu país na semana passada, diante do clima de insegurança e desconfiança.
Reações e impactos na relação bilateral
O presidente Donald Trump teria solicitado que os trabalhadores permanecessem nos EUA para treinamento de mão de obra local, mas a maioria optou por voltar a Seul, onde foi recebida com celebrações. Apenas um somou-se ao restante dos que decidiram ficar.
O incidente provocou críticas severas na Coreia do Sul, aliado estratégico dos Estados Unidos, incluindo questionamentos ao sistema de vistos americano. O episódio também colocou em dúvida os planos de investimento sul-coreano no país, que recentemente anunciou aporte de US$ 350 bilhões em um acordo comercial.
Consequências do episódio e futuro do projeto
O projeto da Hyundai-LG, que visa montar uma usina de baterias com impacto na geração de empregos americanos, sofre agora um atraso de pelo menos dois a três meses. O impacto no cronograma é atribuído diretamente às ações do ICE e ao ambiente de insegurança experimentado pelos trabalhadores.
Relatos de condições inadequadas
Segundo relatos publicados pelo diário de um trabalhador detido, as condições nas instalações do ICE eram insalubres, e os empregados eram obrigados a preencher formulários sem entender sua real finalidade, muitas vezes sem o auxílio de intérprete ou informações suficientes sobre seus direitos. Os detidos também relataram que suas identificações e passaportes lhes foram confiscados ao chegarem à instalação.
Especialistas avaliam que o episódio pode impactar a percepção de segurança para futuras transações e parcerias entre Coreia do Sul e Estados Unidos, refletindo uma tensão crescente entre a política de imigração e o interesse em atrair investimentos estrangeiros.