Brasil, 14 de setembro de 2025
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Boris Johnson sob investigação por relacionamentos comerciais com MBS

Revelações sobre os vínculos de Boris Johnson com o príncipe saudita Mohammed bin Salman levantam questões éticas e legais.

Recentemente, surgiram novas reuniões sobre as atividades comerciais de Boris Johnson, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, que estão sendo examinadas em meio a alegações de possíveis violações de normas éticas e uso inadequado de fundos públicos. A relação de Johnson com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, tem se mostrado particularmente controversa, trazendo à tona questões de integridade e responsabilidade na política.

A rotina de um primeiro-ministro e os encontros com MBS

Boris Johnson começou o dia como qualquer outro primeiro-ministro britânico: um treinamento matinal seguido de uma agenda repleta de reuniões e compromissos. O log oficial de 26 de abril de 2022 registra que Johnson se encontrou com seus assessores, presidiu uma reunião de gabinete, se preparou para um briefing sobre ameaças à segurança e, à noite, estava “sozinho, enviando mensagens para MBS”.

Essa troca de mensagens ocorre em um contexto mais amplo, onde uma série de atividades comerciais de Johnson se entrelaçam com sua relação com a Arábia Saudita. Documentos vazados indicam que Johnson não hesitou em explorar essa conexão para fins de enriquecimento pessoal após deixar o cargo, levantando sérias preocupações sobre conflitos de interesse e o uso de influência obtida enquanto ocupava a função pública.

Investigações e revelações sobre o ex-primeiro-ministro

As investigações recentes, amplamente divulgadas pelo The Guardian, revelam que um dos objetivos de Johnson ao se comunicar com o príncipe saudita foi discutir uma iniciativa de negócios relacionada à sustentabilidade e redução de carbono. Em março de 2024, Johnson redigiu uma carta ao príncipe, expressando sua admiração pela visão de MBS para a Arábia Saudita e oferecendo sua empresa como um recurso para ajudar a alcançar essas ambições. O tom da carta levanta muitas questões sobre o uso de um escritório pago em parte com dinheiro público para obter lucros pessoais.

Além disso, outros documentos vazados também lançaram luz sobre reuniões clandestinas com executivos de tecnologia e mídia e evidências de possíveis violações das regras de bloqueio durante a pandemia de Covid-19. Ao mesmo tempo, essas novas revelações reforçam a imagem de um ex-primeiro-ministro que apresenta um desprezo pelas normas éticas do serviço público, de acordo com observadores e ex-parceiros de trabalho.

O impacto das relações no cenário internacional

O príncipe Mohammed bin Salman tem sido um personagem polêmico em cena internacional, sendo elogiado por alguns como um reformador e, por outros, como um autocrata envolvido em questões de direitos humanos, como o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. As interações de Johnson com MBS foram questionadas, principalmente porque muitos de seus apoiadores têm enfrentado críticas semelhantes sobre a maneira como capitalizam em cima de suas relações internacionais.

O ex-primeiro-ministro estava ciente das ramificações de suas interações com líderes auto declarados como MBS. Durante um evento privado em 2023, ele reconheceu publicamente a gravidade do crime cometido contra Khashoggi. Apesar de descrever a atrocidade como “um crime imperdoável”, ele continuou a articular sua admiração por MBS em comunicações subsequentes, sugerindo um sério conflito de interesses e um dilema moral.

Questões éticas em foco

Os documentos vazados não apenas levantam pontos sobre as transações comerciais de Johnson, mas também sobre como essas relações foram influenciadas pelas regras que proíbem ex-ministros de usar contatos adquiridos durante seus mandatos para benefícios pessoais. O conselho de ética responsável por supervisionar essas transições de carreira já havia alertado Johnson sobre a necessidade de cumprir as normas éticas nesse contexto.

Pelo que se pode observar, as interações de Johnson com MBS e outros líderes na região do Golfo não parecem se coadunar com as demandas de responsabilidade esperadas de um ex-primeiro-ministro. As ações de Johnson representam um desafio à confiança pública, especialmente em um Reino Unido onde a percepção de corrupção e auto-interesse nas esferas governamentais continua a ser um tema recorrente nas discussões políticas.

A esperança é que, com as investigações em andamento, o futuro da política britânica possa ser iluminado pela clareza e pelo cumprimento das normas que devem reger os ex-líderes, respeitando, assim, a confiança que o público depositou neles durante seus mandatos.

O que será do futuro de Johnson, à medida que essas questões éticas são desenterradas, permanece a ser visto. Porém, o apelo por maior transparência e responsabilidade continua a ressoar na sociedade britânica, que anseia por líderes que coloquem os interesses do público acima dos seus próprios.

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