A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo a projeção da inflação em 2025, que passou de 4,9% para 4,8%. Apesar da redução, o índice ainda supera o teto da meta oficial de 4,5%, indicam os dados do Boletim Macrofiscal de Setembro divulgado nesta quinta-feira (11/9).
Fatores que influenciaram a revisão da inflação
A redução na previsão da inflação ocorre devido a efeitos defasados do real mais apreciado, desaceleração nos preços no atacado agropecuário e industrial, além do aumento na oferta global de bens ocasionado por tarifas comerciais mais elevadas, explica a pasta.
Segundo a SPE, a estimativa também considera a possibilidade de a bandeira tarifária de energia elétrica estar amarela em dezembro, refletindo o quadro de escassez hídrica esperado para o ano. “Se a bandeira mudar para verde até dezembro, a projeção do IPCA pode cair para cerca de 4,7%”, afirmou a secretaria.
Impacto do tarifaço e cenário externo
A previsão para o impacto do aumento de tarifas na atividade econômica é moderada, com uma queda de 0,2 ponto percentual (pp) no Produto Interno Bruto (PIB) entre agosto de 2025 e dezembro de 2026, em comparação com o cenário de referência.
De acordo com o relatório, esse impacto está relacionado à retração na demanda externa e seus efeitos sobre investimento, com uma redução de 0,1 pp nas exportações líquidas como proporção do PIB. A diminuição nas vendas para os Estados Unidos é parcialmente compensada pelo redirecionamento a outros mercados.
A pasta também destacou que o cálculo da inflação já considera os efeitos do tarifazo de 50% imposto pelo ex-presidente Donald Trump durante seu mandato.
Projeções econômicas para 2025 e 2026
2025
- PIB real: 2,3%
- IPCA (inflação): 4,8%
- INPC: 4,7%
- IGP-DI: 2,6%
2026
- PIB real: 2,4%
- IPCA: 3,6%
- INPC: 3,3%
Expectativas para 2026 e beyond
A previsão do Ministério da Fazenda é que o IPCA caia para 3,6% em 2026, dentro do intervalo da meta de 1,5% a 4,5%. A partir de 2027, a ideia é que a inflação convergirá ao centro da meta, indicando um cenário de normalização.
Impactos do tarifaço na atividade econômica
O impacto estimado do aumento tarifário será moderado na atividade do país, com uma redução de 0,2 pp no PIB entre 2025 e 2026. A expectativa é de que a retração da demanda externa impacte principalmente o investimento, com exportações líquidas, especialmente para os EUA, sendo parcialmente compensadas por vendas a outros destinos.
Os dados fazem parte do Boletim Macrofiscal de Setembro, documento que projeta indicadores de curto e médio prazo utilizados na elaboração do orçamento da União.
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