Brasil, 9 de setembro de 2025
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Quadrilha de TH Joias planejava influenciar a política do Rio

Áudios revelam estratégia de grupo criminoso para aumentar poder político no Rio de Janeiro. Entenda os detalhes da investigação.

No último dia 3, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram a operação Zargun, resultando na prisão de Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias. As investigações revelaram um plano ambicioso da quadrilha, que buscava aumentar sua influência política no Rio de Janeiro. Por meio de áudios interceptados, a extensão da organização criminosa e suas intenções para as próximas eleições vêm à tona.

O plano audacioso da quadrilha

De acordo com as autoridades, TH Joias e sua quadrilha arquitetaram uma estratégia para nomear policiais que faziam parte da organização em gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Essa manobra visava garantir proteção e informações privilegiadas para os membros do grupo e fortalecer sua presença na política estadual.

A presença de policiais na política, segundo a investigação, não se limitava apenas ao fornecimento de segurança, mas também ao vazamento de informações sobre operações policiais, beneficiando diretamente as atividades da quadrilha. A ação envolvia figuras-chave, como Luiz Eduardo Cunha, apelidado de Dudu, assessor de TH Joias, que desempenhou um papel central nas articulações. Em um dos áudios, Dudu explica a lógica do plano: “A gente pega um político, um deputado, e fala assim: mano, deixa dois policiais aí ‘adido’ meu. Vou pagar o salário da Alerj.” Dessa forma, o grupo buscava economizar na segurança, enquanto expandia sua influência.

Candidates a cargos políticos

Uma figura que surgiu como símbolo dos planos da quadrilha é Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão. O plano era lançar Índio como candidato a vereador em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, seguindo os passos de TH Joias na política. Para melhorar sua imagem perante o eleitorado, os membros da quadrilha trabalhavam para idealizar uma imagem de “honestidade” para Índio. Um vídeo que circulou nas redes sociais, mostrando Índio filmando uma montanha de notas de reais e declarando “Honestidade é tudo”, chamava atenção para a hipocrisia da situação, considerando que o dinheiro, avaliado em mais de R$ 5 milhões, pertencia a um traficante do Complexo do Alemão.

Estratégias de ocultação e residência em áreas nobres

O plano de mudança da residência de Índio também foi um indicativo das intenções da quadrilha. Em uma conversa, Dudu menciona que a organização estava em busca de uma casa em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, uma área conhecida e frequentada por políticos. A quadrilha avaliou que o investimento em uma residência nessas condições traria segurança e uma imagem mais aceitável, crucial para um futuro político. Apesar dos planos, Índio acabou se instalando em uma mansão na Freguesia, em Jacarepaguá, onde foi preso.

As consequências e a resistência à Justiça

A operação Zargun não apenas resultou na prisão de TH Joias, mas também de outros 13 suspeitos envolvidos na organização criminosa. A Justiça tem mantido a prisão destes indivíduos, com a primeira seção especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região ratificando a decisão. Desembargadores alegam que há evidências suficientes para sustentar as acusações contra o grupo. Durante a investigação, um dos foragidos se apresentou à Polícia Federal e foi preso, evidenciando a capacidade da operação em desmantelar a organização.

A defesa de TH Joias denunciou as acusações como “absurdas” e alegou que existe um “claro movimento de perseguição política” contra um representante legítimo do povo. O advogado responsável pelo caso de TH Joias se comprometeu a esclarecer os fatos, ressaltando a total inocência de seu cliente.

Contexto das investigações

A operação Zargun é um reflexo do esforço contínuo da Polícia Federal e do MPF em combater a corrupção e o tráfico de influência no Brasil, particularmente no contexto do Estado do Rio de Janeiro, onde a política e o crime organizado frequentemente se entrelaçam. As evidências reveladas nos áudios e as dinâmicas de relacionamentos dentro da quadrilha mostram o quanto a corrupção pode estar impregnada nas estruturas políticas.

O desdobramento desse caso continua a impactar a sociedade e a política fluminense, uma vez que levanta questões críticas sobre a relação entre a criminalidade e os poderes constituídos. O desmantelamento de redes como a de TH Joias é crucial para a preservação do Estado de Direito e para a reabilitação da confiança da população nas instituições.

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