A Oncoclínicas anunciou nesta segunda-feira (8) que firmou um acordo de pagamento com a Unimed Ferj, possibilitando a retomada dos atendimentos oncológicos na rede. As dívidas da operadora com a rede especializada atingem aproximadamente R$ 790 milhões, após a Unimed decidir, no final de julho, descredenciar a rede que atendia cerca de 12 mil pacientes no Rio de Janeiro.
Detalhes do acordo e impacto nos tratamentos
Segundo o fato relevante divulgado pela Oncoclínicas, o pagamento do montante será realizado em 94 meses, com valores variando mensalmente de acordo com o fluxo de caixa da operadora. A iniciativa visa a regularização dos débitos de forma emergencial e temporária, garantindo um fluxo de recursos para a rede oncológica.
Continuidade do atendimento e restrições
Nem todos os pacientes descredenciados terão seus tratamentos retomados pela Oncoclínicas. A empresa explicou que apenas aqueles que ainda não conseguiram atendimento no Espaço Cuidar Bem, em Botafogo, deverão retornar às unidades da rede. A medida busca evitar o risco de interrupções na assistência aos beneficiários da Unimed Ferj.
Contexto das negociações e atuação regulatória
Desde a semana passada, executivos da Oncoclínicas relataram, em reunião com diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que não poderiam mais atender pacientes da operadora por falta de pagamento. Ainda na semana passada, a ANS havia determinado que a Unimed Ferj reintegrasse a rede credenciada da Oncoclínicas, diante de graves problemas assistenciais causados pela inadimplência.
Além disso, a agência reguladora instaurou na sexta-feira uma direção técnica na Unimed Ferj para monitorar as ações da operadora e garantir padrões mínimos de assistência aos usuários. Nesse regime, representantes nomeados pela ANS acompanham presencialmente o dia a dia da operadora, analisando a qualidade do atendimento sem intervenção direta na gestão.
Medidas emergenciais e próximos passos
A assinatura do acordo de pagamento é considerada uma medida emergencial e temporária, com duração inicial de dois meses, prorrogáveis por período igual. Durante esse período, o pagamento dos tratamentos será feito semanalmente de forma antecipada aos fornecedores da rede oncológica.
A expectativa é que essa iniciativa traga alívio imediato aos pacientes que enfrentavam dificuldades e incertezas devido ao descredenciamento da Unimed. A continuidade do monitoramento pela ANS busca garantir que melhorias na assistência sejam efetivamente implementadas a longo prazo.
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