Brasil, 9 de setembro de 2025
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Guerra digital marca o dia seguinte ao 7 de Setembro no Brasil

Após o 7 de Setembro, a batalha entre Bolsonaro e Lula reverberou nas redes sociais, com milhões de menções e hashtags distintas.

No dia seguinte ao 7 de Setembro, as ruas deram lugar a uma intensa batalha digital. Um estudo da Ativaweb Inteligência Digital & Big Data revelou que o feriado de Independência do Brasil foi transformado em uma verdadeira “guerra digital” entre os apoiadores do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A análise revelou mais de 6 milhões de menções nas redes sociais em apenas 24 horas.

O peso das narrativas nas redes sociais

De acordo com o levantamento, 51% das menções vieram de perfis vinculados a Jair Bolsonaro, um sinal claro do poder de sua base nas redes sociais. Mesmo com restrições judiciais que o afastaram das mídias, o ex-presidente demonstrou que sua “militância digital” permanece ativa e em constante engajamento.

Por outro lado, 47% das interações foram geradas por apoiadores de Lula, que conseguiram expandir suas trincheiras, especialmente no Nordeste, atraindo novos públicos. Apenas 2% dos usuários se mantiveram neutros no debate polarizado.

Hashtags e narrativas divergentes

As narrativas refletiram diferentes abordagens: os lulistas usaram hashtags como #BrasilSoberano, #Democracia e #Soberania, enfatizando resistência e unidade. Em contraste, os bolsonaristas priorizaram #AnistiaJá, #BolsonaroFree e #ForaMoraes, focando em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

É importante notar que o julgamento de Jair Bolsonaro entra em uma fase decisiva nesta semana, com a análise dos votos dos ministros da Primeira Turma do STF, onde ele é acusado de atentar contra a ordem democrática.

Contexto dos protestos e manifestações

As redes sociais não apenas refletiram as ruas, mas também amplificaram a intensidade dos protestos. No 7 de Setembro, diversas manifestações ocorreram em várias capitais do Brasil. Em Brasília, cerca de 30 mil pessoas, segundo organizadores, se reuniram em um ato pró-Bolsonaro pedindo anistia ampla e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

A esquerda, por sua vez, se concentrou no Grito dos Excluídos, na Praça Zumbi dos Palmares, clamando por soberania nacional e criticando a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.

Em São Paulo, o desfile cívico no Anhembi contou com a presença de autoridades, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Contudo, os protestos estavam divididos: a esquerda ergueu bonecos de Bolsonaro vestido de presidiário, enquanto a direita organizou um ato na Avenida Paulista, com figuras como Michelle Bolsonaro, Nikolas Ferreira e Silas Malafaia.

No Rio de Janeiro, Copacabana foi o centro de manifestações com milhares de pessoas clamando por liberdade para Bolsonaro, enquanto grupos de esquerda protestavam contra a anistia defendida por seus opositores.

Análise das interações nas redes sociais

O estudo da Ativaweb também detalhou a distribuição geográfica das menções nas redes sociais. Entre os perfis alinhados a Bolsonaro, São Paulo liderou com 7,9% das interações, seguido pelo Rio de Janeiro com 7,6% e Belo Horizonte com 3,1%. Outras capitais, como Goiânia, Curitiba, Brasília e Fortaleza, também se destacaram na mobilização bolsonarista, evidenciando o peso do Sudeste e de partes do Centro-Oeste.

No campo lulista, São Paulo também ficou em primeiro lugar, mas com uma representatividade ainda maior, 9,5%. O Rio de Janeiro obteve 6,0% e Salvador 4,0%, enquanto Recife, Fortaleza e João Pessoa figuraram entre as dez cidades mais engajadas.

Perspectivas regionais e narrativas contrastantes

Outro aspecto relevante foi o Índice de Força Regional (IFR). Enquanto Bolsonaro mantinha seu reduto no Sudeste, Lula mostrou uma distribuição mais equilibrada, com um desempenho notável no Nordeste. Essa diferença regional se refletiu também no Índice de Diversidade Narrativa (IDN): os apoiadores do presidente focaram em discursos sobre soberania, povo e democracia, enquanto os bolsonaristas concentraram suas narrativas em torno da anistia, críticas ao STF e defesa da liberdade.

As redes sociais se tornaram um campo de batalha crucial, onde narrativas e imagens se confrontam, moldando a percepção pública e a estratégia política em um Brasil polarizado.

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