O Fluminense Football Club apresentou, nesta segunda-feira, ao Conselho Deliberativo a proposta para a formação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), recebida da Lazuli Partners e LZ Sports. O contrato é imenso: as gestoras de investimentos prometeram um aporte total de quase R$ 7 bilhões ao longo de 10 anos, buscando um modelo inovador e diferente de outras propostas similares feitas para Botafogo e Vasco. O que realmente chama a atenção é que, nesta nova estrutura, a participação de investidores será composta majoritariamente por torcedores do Tricolor.
A proposta em detalhes
O investimento inicial da LZ Sports será de R$ 500 milhões, destinado ao pagamento de dívidas existentes e à reestruturação financeira do clube. Desse montante, recursos também serão alocados para melhorias no futebol profissional, nas categorias de base e nas instalações do CT Carlos Castilho e de Xerém. Além disso, está previsto um compromisso adicional de R$ 6,4 bilhões em investimentos ao longo de uma década, abrangendo folha de pagamento, contratações de jogadores e royalties para a associação. Segundo Carlos de Barros, sócio da Lazuli Partners e da LZ Sports, essa proposta seria “a maior da história do esporte brasileiro”.
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Um modelo inovador
Se a SAF for aprovada, ela ficará responsável não apenas pelo futebol masculino, mas também pelo feminino, categorias de base e futsal do clube. O novo modelo prevê a participação de mais de 40 investidores milionários, todos torcedores do Fluminense, que adquirirão cotas da nova estrutura que gerenciará o futebol. Entre os nomes que surgem na lista de investidores estão André Esteves, do BTG Pactual; Thiago De Luca, da Frescatto; e José Zitelmann, cofundador da Absoluto Partners. Contudo, não haverá um investidor que detém uma participação majoritária ou com poder decisivo direto sobre as votações, o que demonstra um modelo de governança mais democrático.
Processo de aprovação
Antes de qualquer implementação, a proposta deve ser submetida a uma Assembleia Geral, além da deliberação do Conselho Deliberativo. O vice-presidente Mattheus Montenegro destacou que a votação não ocorrerá antes da eleição presidencial do clube, que deve acontecer entre a segunda quinzena de novembro e a primeira de dezembro. Essa decisão visa garantir que todos os sócios tenham a oportunidade de se expressar e se informar sobre a proposta de maneira transparente.
Implications financeiros
Caso os conselheiros e sócios aprovem a proposta, a LZ Sports se tornará acionista majoritária da Fluminense SAF, enquanto a associação do clube manterá uma participação minoritária. A proporção dessa divisão será definida com base na dívida do clube no momento da formalização do acordo. Atualmente, essa dívida é estimada em R$ 871 milhões, o que resultaria em uma participação de 65,8% para o fundo e 34,2% para o modelo associativo.
O futuro do Fluminense em foco
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, enfatizou a importância do momento histórico que o clube enfrenta: “Recebemos uma proposta no momento em que o Fluminense pode, com tranquilidade financeira e esportiva, avaliar o que é melhor para seu futuro. Essa avaliação caberá aos senhores (conselheiros) e, posteriormente, a uma Assembleia”. Bittencourt destacou que a movimentação de grandes investidores é uma demonstração de que o Fluminense está recuperando seu lugar de destaque no cenário do futebol brasileiro.
Desde março de 2022, o BTG Pactual tem trabalhado com o clube na busca de investidores, inspirando-se em transações bem-sucedidas de clubes esportivos nos Estados Unidos, como os New England Patriots (NFL) e os San Antonio Spurs (NBA). A gestão inovadora pode trazer esperança aos torcedores e um novo capítulo para a história do Fluminense.
Com uma proposta robusta e um novo modelo de gestão que coloca os torcedores no centro da operação, o Fluminense se prepara para um futuro mais seguro e promissor. O aguardo agora está na decisão do Conselho Deliberativo e da Assembleia Geral que determinarão o próximo passo desta importante iniciativa.