Brasil, 14 de agosto de 2025
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83,3% dos brasileiros discordam dos atos golpistas de janeiro

A pesquisa “Confiança no judiciário e imagem dos ministros do STF” mostra mudanças significativas na visão da população sobre os atos de 8 de janeiro.

A nova pesquisa realizada pelos institutos Altas e Bloomberg, divulgada nesta quinta-feira, aponta que uma expressiva maioria da população brasileira, 83,3%, discorda dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Este resultado representa um aumento considerável em relação aos 74% de desaprovação registrados em janeiro de 2024. Enquanto isso, apenas 8,4% dos entrevistados expressaram apoio às ações que invadiram os três Poderes, e 8,3% afirmaram não saber como se posicionar, refletindo uma significativa redução nas dúvidas desde a pesquisa anterior.

A percepção sobre a invasão dos Poderes

Além da desaprovação maioria, o estudo revelou que 62,3% dos brasileiros classificam a invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) como “completamente injustificada”. Esse número mostra um crescimento em relação aos 59% que sostiveram essa ideia em janeiro de 2024. Por outro lado, a porcentagem de pessoas que considera tais atos “parcialmente justificados” é de 23,9%, enquanto 8,2% acreditam que foram “completamente justificados”. Apenas 5,6% dos entrevistados não souberam opinar sobre o tema.

Opiniões sobre as consequências e punições

Quando questionados sobre as punições aplicadas aos participantes dos atos golpistas, 51,1% consideram-nas “exageradas”, uma leve alteração em relação à pesquisa anterior, que registrou 51,7%. Em contrapartida, 35,3% acreditam que as punições foram “adequadas”, e 11,6% as veem como “insuficientes”. Apenas 2% não souberam responder.

Outro ponto importante abordado na pesquisa foi a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os resultados mostram uma divisão quase equilibrada: 50% afirmam que ele não foi responsável pelos atos golpistas, enquanto 48,8% acreditam que sim. Essa divisão é notável, especialmente se comparada a janeiro de 2024, quando 52% acreditavam na responsabilidade de Bolsonaro, contra 44% que discordavam.

Possíveis anistias e opiniões sobre Bolsonaro

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre a possibilidade de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para líderes políticos e participantes dos atos golpistas. Os resultados são reveladores: mais da metade da população, 51,2%, se opõe a essa ideia, enquanto 46,9% são favoráveis. Apenas 1,9% não souberam responder.

Com relação à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, decidida pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, 52,1% da população se manifestam contra essa medida, enquanto 47% estão a favor. Além disso, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível por oito anos gerou opiniões divididas: 50,1% discordam da decisão, e 49,5% concordam.

Confiança no judiciário e avaliação do STF

A pesquisa também aborda a confiança dos brasileiros no STF. Enquanto 51,3% afirmam não confiar na Corte, 48,5% confiam. Quando questionados sobre a competência e imparcialidade dos ministros do STF, 51,1% acreditam que eles não demonstram essas qualidades atualmente. Por outro lado, 47,9% pensam que sim, e 1% não soube avaliar.

Um aspecto alarmante levantado pela pesquisa é a percepção de que 45,4% da população acredita que o Brasil vive sob uma “ditadura do judiciário”, enquanto 43,3% discordam e veem a atuação judicial como correta. Cabe destacar que a percepção de que o judiciário está cumprindo seu papel adequadamente cresceu desde a pesquisa anterior, de fevereiro de 2024, onde esse número era de apenas 20,9%. Essa sensibilidade na opinião pública destaca um momento crítico para as instituições democráticas no Brasil, evidenciando a complexidade da relação entre os cidadãos e os poderes constituídos.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa foi realizada com 2.447 pessoas entre os dias 3 e 6 de agosto de 2025, utilizando recrutamento digital. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A escolha do método digital visa evitar a influência psicológica da interação humana sobre as respostas, proporcionando anonimato e permitindo que os entrevistados se sintam mais à vontade para expressar suas opiniões.

Esses dados são essenciais para entender o panorama atual da política brasileira e como os cidadãos percebem as ações e decisões dos líderes e das instituições diante de uma situação tão controversa e polarizadora.

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