O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (6/8) que o governo enviará ainda hoje o plano de contingência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos. A decisão de divulgar as medidas partiu do próprio presidente Lula.
Reação ao tarifaço de Donald Trump
Na última quarta-feira (30/7), o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% para produtos brasileiros exportados aos EUA. A medida inclui uma alíquota de 10% divulgada em abril, mais 40% adicionais anunciados recentemente, formando o tarifaço. Apesar de ampliar a sobretaxa, quase 700 produtos ficaram de fora da lista de afetados, incluindo suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro.
Com a entrada em vigor nesta quarta-feira (6/8), os produtos sujeitos à tarifa de 50% representam um impacto significativo na balança comercial do Brasil, especialmente em setores como carne e café. O impacto na economia brasileira pode ser sensível, com possíveis efeitos na geração de empregos e na arrecadação de divisas.
Medidas de resposta e preocupação com empregos
Na noite de terça-feira (5/8), o presidente Lula reuniu-se com auxiliares na Presidência, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, para ajustar o plano de socorro aos setores mais atingidos. Nesse contexto, o governo trabalha na elaboração de medidas específicas destinadas a proteger empregos e estabilizar os setores mais vulneráveis às tarifas norte-americanas.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, a principal prioridade do governo é a preservação de vagas de trabalho no Brasil, visando conter os efeitos econômicos do tarifão dos EUA. O anúncio oficial do pacote de ações deve ocorrer nos próximos dias e poderá incluir ações diplomáticas e medidas protecionistas.
Perspectivas futuras e atuação do governo brasileiro
Além do envio do plano de contingência a Lula, o governo avalia a possibilidade de adotar medidas comerciais, como a ampliação de acordos bilaterais e a busca por alternativas no mercado internacional. O objetivo é minimizar os efeitos do tarifão e evitar prejuízos à competitividade brasileira em setores estratégicos.
A estratégia inclui também o acompanhamento das negociações institucionais, bem como ações na Organização Mundial do Comércio (OMC), para contestar as tarifas abusivas e buscar uma solução diplomática para o impasse.
Segundo especialistas, a saída para o Brasil será a combinação de respostas diplomáticas e ações internas que garantam a competitividade das exportações brasileiras frente às tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos.



