O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (5) que o Brasil não pode “nem sonhar” em privatizar o PIX, sistema de transferência de recursos gratuito e que funciona 24 horas por dia. A afirmação reforça a prioridade do governo em manter a controladoria pública da ferramenta diante de pressões de multinacionais.
Compromisso com a manutenção do sistema público
Haddad destacou que o PIX é uma inovação do Banco Central para promover inclusão financeira e modernizar o sistema de pagamentos no país. Segundo o ministro, a privatização representaria uma perda de soberania e um risco ao acesso universal ao sistema de transferências.
“Estamos firmes na defesa do PIX como uma ferramenta do Estado, não abriremos mão do seu controle”, afirmou durante entrevista concedida a veículos de comunicação. Ele ressaltou que o sistema foi criado para beneficiar a sociedade brasileira, sem a necessidade de intervenções privadas.
Pressões internacionais e interesses corporativos
De acordo com Haddad, há tentativas de setores empresariais internacionais de pressionar o governo para abrir o sistema a parcerias ou privatizações, mas esses esforços não são compatíveis com o interesse público. A investigação dos EUA sobre possíveis interesses privados no sistema também reforça a necessidade de proteger o PIX de influências externas.
Resistência à privatização e a legitimidade do sistema
Especialistas avaliam que a manutenção do PIX sob controle do Banco Central é fundamental para assegurar a autonomia da política de inclusão financeira no Brasil. “O sistema deve permanecer como uma infraestrutura pública, garantindo acessibilidade e segurança para milhões de brasileiros”, comenta Laura Almeida, especialista em fintechs.
Próximos passos
O governo reforçou seu compromisso de discutir com entidades do setor financeiro e sociedade civil para evitar qualquer proposta de privatização ou concessão ao setor privado. A prioridade é fortalecer a infraestrutura digital do país, mantendo a gestão pública e transparente do PIX.