O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o governo federal possui uma base frágil no Congresso e que a articulação para aprovar projetos prioritários precisa ser construída constantemente, quase que diariamente. A declaração ocorre em meio à pressão do tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros e às negociações para retomar o diálogo com o governo americano.
Desafios políticos e o esforço de aprovar a agenda do governo
Haddad destacou que, apesar dos obstáculos, o governo tem avançado na implementação de seu plano de governo. “Estamos em um governo com uma base que é construída praticamente todos os dias”, afirmou. Ele também ressaltou que 2025 será um ano de muitos desafios e que o foco deve ser garantir que a agenda do presidente Lula seja eficazmente levada à população.
“Muitas vezes desviamos a atenção para ruídos, mas precisamos manter o caminho firme, assim como o presidente sempre apontou para o país”, completou o ministro.
Diálogo com Donald Trump e a política tarifária dos EUA
Perspectiva de conversa entre Lula e Trump
Haddad comentou positivamente a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Lula pode ligar para ele “quando quiser”. “Acho ótimo, e a recíproca é verdadeira. O presidente Lula está disposto a receber uma ligação quando Trump desejar”, afirmou, reforçando a disposição do governo brasileiro de manter o diálogo com Washington.
O ministro destacou que o Brasil vem mantendo contatos com a equipe de Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e que uma reunião mais detalhada sobre as tarifas deve ocorrer na próxima semana. “Ainda não há uma data fixa, mas estamos trabalhando para reestabelecer a mesa de negociações, possivelmente em uma reunião presencial”, informou.
Relações comerciais e política internacional
Haddad afirmou que o Brasil está “fora da curva” em relação ao restante do mundo por questões políticas, mas reforçou que as decisões comerciais não devem ser influenciadas por avaliações políticas de qualquer natureza. “Entendemos que as relações comerciais não devem ser afetadas por avaliações políticas”, ressaltou o ministro.
Donald Trump também comentou o tarifaço de 50% imposto pelos EUA aos produtos brasileiros, dizendo que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”, mas enfatizou que “ama o povo do Brasil” e que “vamos ver o que acontece”.
Perspectivas e próximos passos
Haddad finalizou ressaltando a importância de manter o diálogo aberto com Washington e de focar na recuperação econômica do país. A expectativa é de que futuras reuniões possam contribuir para uma redução das tensões comerciais e para a retomada do relacionamento bilateral em bases mais equilibradas.


