O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “ótima” a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que está aberto a receber uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao sair do ministério nesta sexta-feira (1º), Haddad afirmou que o governo brasileiro também está disposto a conversar com o mandatário estadunidense.
Preparação para diálogo bilateral com os EUA
Segundo Haddad, uma reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, ainda sem data definida, será importante para preparar o encontro entre Lula e Trump. “Acho ótima a declaração de Trump. E a recíproca, tenho certeza que é verdadeira. Conforme disse antes, é muito importante a gente preparar essa conversa”, afirmou.
O ministro acrescentou que o encontro é fundamental para fortalecer as relações comerciais e esclarecer pontos relacionados às sanções, como a Lei Magnitsky, que os Estados Unidos usam para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro do STF, Alexandre de Moraes. “Ainda não tem data fixada. Penso que a reunião com Bessent é muito importante para entender como funciona o sistema judiciário brasileiro. Há muita desinformação circulando sobre o assunto”, explicou.
Contexto das declarações de Trump e mudanças na relação Brasil-Estados Unidos
Mais cedo, em sua visita à Casa Branca, Trump afirmou que o presidente Lula pode ligar para ele “quando quiser” e declarou que “ama o povo do Brasil”, embora tenha ressaltado que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”. Ele não anunciou medidas concretas, mas reforçou a abertura ao diálogo.
Perspectivas para futuras negociações
Haddad reforçou a disposição do Brasil em retomar negociações, mesmo diante de tensões comerciais, como o tarifão de 50% sobre produtos brasileiros, que impacta aproximadamente 36% das exportações ao país norte-americano. Segundo o ministro, as relações comerciais não devem ser afetadas por questões políticas e há esforços para estabelecer um canal de diálogo direto.
Impactos e importância diplomática
De acordo com analistas, a iniciativa reforça o desejo do Brasil de manter o relacionamento diplomático com os EUA e de esclarecer dúvidas sobre sanções e sistemas judiciários. “A reunião com Bessent ajudará a esclarecer pontos importantes, evitando mal-entendidos que possam afetar negociações futuras”, comentou Haddad.
O governo brasileiro continua articulando estratégias para melhorar o comércio e as relações diplomáticas com os Estados Unidos, buscando equilíbrio entre interesses econômicos e diplomáticos no cenário internacional.



