O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta quinta-feira (10) em evento no Palácio do Planalto que a postura do Brasil diante de ataques estrangeiros não deve ser de celebração, em uma crítica indireta ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A fala ocorreu no contexto do anúncio de tarifas por parte do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, que podem impactar a economia brasileira.
Crítica indireta ao aliado de Bolsonaro
Durante seu discurso, Haddad afirmou que o país deve resistir a provocações externas sem perder o foco em suas políticas internas. “A gente não celebra ataque estrangeiro ao Brasil, mesmo que venha de aliados ou de quem espera que nossos desafios possam ser utilizados para ganhos políticos”, afirmou o ministro, sem citar nomes, mas direcionando sua crítica a aliados de políticos como Tarcísio de Freitas.
O trecho é interpretado como uma resposta às declarações recentes do governador de São Paulo, que adotou uma postura mais branda em relação às tensões internacionais, alinhando-se a uma linha que, segundo analistas, favorece os interesses de aliados de Bolsonaro na avaliação de governistas.
Reações e contexto
Em meio ao aumento das tensões entre Brasil e Estados Unidos, especialmente após o anúncio de tarifas agrícolas por Trump, o governo federal reforçou a necessidade de unidade. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a mensagem de Haddad busca consolidar a postura de resistência brasileira às pressões externas sem que isso prejudique a agenda econômica e política do governo.
Já Tarcísio de Freitas não se pronunciou oficialmente sobre as críticas indiretas, mas sua atuação tem sido vista por alguns analistas como uma tentativa de manter uma postura conciliadora, o que contrasta com a narrativa mais combativa de setores do PT.
Perspectivas futuras
Especialistas avaliam que o episódio revela as tensões internas entre o governo federal e o governador de São Paulo, além de refletir a complexidade da relação do Brasil com os Estados Unidos em um momento de instabilidade internacional. A expectativa é de que o tema continue a ser alvo de debates políticos nos próximos dias, enquanto o governo busca consolidar uma estratégia de resistência e diálogo com os parceiros internacionais.