Brasil, 9 de julho de 2025
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Reboots e remakes: por que Hollywood está preso no repeteco

Nos últimos anos, a indústria cinematográfica de Hollywood tem buscado cada vez mais o caminho do retorno. A mais recente produção do diretor Gareth Edwards, Jurassic World: Rebirth, não traz inovação, mas sim uma abordagem nostálgica, quase como um karaoke dos clássicos do passado. Segundo Edwards, seu intuito era fazer o filme parecer uma obra perdida dos anos 90, reverberando a sensação de redescoberta que tem permeado o cinema atual.

A nostalgia e o retorno dos clássicos

A proposta de Edwards ecoa em diversos lançamentos recentes, muitos deles apenas reboots ou remakes de filmes que marcaram época. Por exemplo, em julho de 2025, o cinema receberá um novo episódio da série I Know What You Did Last Summer, que traz de volta atores como Jennifer Love Hewitt e Freddie Prinze Jr., acompanhados do mesmo título que os seus predecessores. Assim, o público que cresceu na década de 90 pode se deliciar com a reconhecida sensação de familiaridade.

A onda de nostalgia é palpável também em lançamentos programados para os próximos meses, como The Naked Gun, com Liam Neeson, e um remake da clássica comédia The War of the Roses, que conta com Olivia Colman e Benedict Cumberbatch. Essas escolhas refletem a predileção da indústria por revisitar e reviver narrativas conhecidas em vez de correr riscos com novas histórias.

Os riscos da inovação escassa

Apesar da estratégia de retornar a fórmulas de sucesso, a falta de novas ideias é uma preocupação expressa por críticos e especialistas em cinema. A indústria parece estar presa em um ciclo de “bancarrota criativa”, optando por seguir o que já deu certo. E, como Steven Gaydos, um jornalista veterano, coloca: “a cultura do cinema em Hollywood simplesmente não existe mais”. Além disso, a pressão financeira e a busca por segurança nos investimentos podem estar deixando de lado propostas mais ousadas.

Com globalmente cerca de 8.000 cinemas fechados durante a pandemia e uma onda de greves que resultou em falta de conteúdo, muitos estúdios têm recorrido a histórias que já conquistaram o público em anos anteriores como uma tentativa de garantir retorno financeiro rápido.

Empreendendo no que já foi exitoso

Em conversas na convenção CineEurope, Andrew Cripps, da Disney, reconheceu que os 15 principais lançamentos de cinema do ano passado, como Inside Out 2 e Deadpool & Wolverine, reforçam a realidade de que o público busca segurança em filmes baseados em propriedades intelectuais pré-existentes. Originalidade e inovação estão se tornando cada vez mais raras no cenário de Hollywood, onde a maioria das produções bem-sucedidas é uma sequência ou uma adaptação de material já conhecido.

No entanto, ainda existem tentativas de driblar essa dinâmica, incluindo filmes como Sinners, dirigido por Ryan Coogler, que gerou discussões sobre a variedade de diretores e temas nas telonas. Embora tenha sido um sucesso comercial com 365 milhões de dólares arrecadados contra um orçamento de 90 milhões, críticos apontam que sua narrativa se assemelha a outros filmes populares, tornando-o “derivativo”.

O desejo de histórias autênticas

O desejo do público por narrativas autênticas permanece latente. Esses reboots e remakes, por mais que satisfaçam a nostalgia, não podem substituir a busca por inovação. Cada vez mais, as plataformas de streaming estão preenchendo essa lacuna, apresentando dramas originais e narrativas que desafiam nossa compreensão do mundo de forma mais criativa.

Enquanto muitos esperam que a indústria de cinema retorne a ser um espaço de novidades impactantes e narrativas provadas, a atual oferta de filmes provoca uma importante pergunta: se o futuro do cinema não está apenas em sequências, mas também nas formas que as histórias são contadas, como Hollywood pode se adaptar e inovar enquanto navega pela nostalgia?

Leia mais sobre este tema e outros que definem o futuro do cinema no [link para a matéria original].

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