Brasil, 3 de julho de 2025
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Governo precisa decidir entre diálogo ou enfrentamento, diz Efraim Filho

Efraim Filho, líder do União Brasil no Senado, discute a relação do governo com o Congresso em entrevista ao GLOBO.

No cenário político atual, a relação entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Congresso se intensifica a cada dia. Em uma entrevista recente ao GLOBO, o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho, expôs a necessidade urgente de o governo optar entre o diálogo e o enfrentamento com o parlamento. O senador, fiel aliado do governo petista, alertou que o Congresso não permitirá “gastança desenfreada para viabilizar projetos eleitoreiros”.

A crise no Congresso e seus desdobramentos

De acordo com Efraim, o governo já experimentou uma significativa derrota no Congresso, com a recente derrubada do decreto que elevou o IOF. Ele analisa que esse episódio reflete uma reação do legislativo, que precisa se posicionar frente a uma administração que, segundo ele, não pode tratar o Congresso como “alvo preferencial” em suas demandas.

O senador enfatizou que o Congresso é fundamental para a sustentabilidade do governo, considerando que a sua base de apoio está longe de ser sólida. Ele argumentou que o Partido dos Trabalhadores (PT) não conseguiu constituir uma base robusta e, em vez disso, tenta impor sua agenda, o que só resulta em atritos.

A relação do governo com os presidentes da Câmara e do Senado

Efraim também comentou sobre a estratégia do Planalto de manter uma relação direta com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente. Para ele, essa abordagem revela uma tentativa de garantir a governabilidade, já que o governo abdicou de lançar candidatos próprios, sabendo que não conseguiria impor sua agenda.

“O caminho que sobra ao governo é articular com dois presidentes empoderados, que ganharam força nas últimas eleições. O União Brasil, por sua vez, necessita encontrar um equilíbrio que permita ao partido dialogar tanto com a centro-direita quanto com possíveis alianças futuras”, explicou.

Futuro político do União Brasil e suas alianças

Com a federação firmada com o Partido Progressista (PP), Efraim acredita que isso dará mais independência ao União Brasil nas relações com o governo. “Isso traz mais autonomia, pois não haverá subserviência à administração”, afirmou. Ele também mencionou que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se consolidou como uma importante figura do partido e potencial candidato nas próximas eleições, com resultados expressivos em segurança pública.

“Ainda é prematuro decidir sobre alianças, mas estamos abertos ao diálogo com a centro-direita, mantendo sempre um espaço para conversas”, concluiu.

Garantiando a responsabilidade fiscal

Na entrevista, Efraim Filho abordou a questão do orçamento, reforçando a necessidade de ser responsável. Ele declarou que o orçamento não deve ser tratado como uma peça meramente técnica, mas sim como parte da agenda política do país. “Estamos comprometidos em votar o orçamento até dezembro, apesar dos atrasos, e precisamos eliminar desperdícios e custos desnecessários”, ressaltou.

O senador também comentou sobre o recente aumento de cadeiras na Câmara, que pode gerar um “efeito cascata” em relação a gastos. Ele defendeu que o Congresso teve um papel importante em manter a irredutibilidade dos estados que perderiam cadeiras, considerando que tal medida seria injusta.

Desafios e expectativas futuras

Finalizando a entrevista, Efraim Filho reconheceu que o governo enfrenta uma fase de desafios significativos, principalmente no que diz respeito ao INSS e a crise que pode impactar a tentativa de reeleição de Lula. Ele lamentou a briga interna no governo, que resulta em um enfraquecimento da base de apoio.

“O governo precisa de uma maioria sólida e uma agenda que possa ser imposta. Se continuar a tratar o Congresso como adversário, a situação ficará ainda mais delicada”, concluiu o senador.

Em um momento crucial para a política brasileira, as palavras de Efraim Filho ecoam como um alerta para que o governo reavalie sua postura e busque efetivamente um caminho de diálogo com o legislativo, essencial para a estabilidade e governabilidade do país.

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