Brasil, 20 de junho de 2025
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Recepção tensa no Mundial de Clubes da FIFA 2025 nos EUA

A confirmação da presença da imigração gera medo entre comunidades imigrantes durante o torneio.

A Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025, que está sendo realizada nos Estados Unidos, começou em meio a uma atmosfera de tensão e apreensão. O receio não se origina das partidas em campo, mas sim da presença de autoridades nas arquibancadas. A Agência de Imigração e Controle de Fronteiras dos EUA (ICE, na sigla em inglês) e a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) confirmaram sua participação no torneio, despertando alarmes nas comunidades imigrantes.

Medidas de segurança provoquem desconforto entre os torcedores

Embora o governo federal tenha classificado essa ação como parte da “segurança padrão” em eventos internacionais de grande porte, muitos a interpretam como um reflexo das políticas migratórias adotadas pela administração desde que Donald Trump assumiu o cargo novamente. O clima de medo se intensificou quando a CBP anunciou em redes sociais que estaria “pronta e equipada” para garantir a segurança nos primeiros jogos do torneio, um post que rapidamente foi apagado após reações negativas, mas que já havia causado apreensão.

No dia 11 de junho, agentes da Guarda Costeira e da CBP encostaram uma barca flutuante ao largo da costa de Miami, onde a celebração do torneio estava ocorrendo. De acordo com relatos, alguns torcedores foram abordados e solicitados a apresentar identificação que comprovasse seu status legal. A prefeita do Condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, condenou a ação, afirmando: “Isto não deveria ter acontecido. É essencial garantir que todos os membros da comunidade se sintam seguros e incluídos, a fim de manter nossa reputação como um destino que acolhe residentes e visitantes.”

ICE em busca de imigrantes indocumentados

A ICE confirmou à emissora de televisão de Miami, WTVJ, que seus agentes estariam auxiliar na segurança ao longo do torneio, deixando claro que os não-cidadãos deveriam “carregar prova de seu status legal”. Essa declaração soou como uma ameaça em áreas como Miami e Los Angeles, onde a população imigrante compõe uma parte significativa do público de futebol local.

A participação das agências federais em eventos como o Super Bowl ou os Jogos Olímpicos é considerada rotineira, focando em logística e segurança pública. No entanto, o ex-diretor interino da ICE, John Sandweg, reconheceu que a posição agressiva da atual administração em relação à imigração faz com que até os procedimentos normais pareçam suspeitos. “Nunca se sabe quais são as intenções [dessa administração]. A agressividade que estão demonstrando na aplicação da lei de imigração gera desconfiança”, afirmou.

Globalização e preocupação com futuras edições

Enquanto isso, as autoridades justificam as medidas com base em incidents anteriores. No último ano, em Miami, a segurança do estádio ficou sobrecarregada durante a final da Copa América, quando milhares de torcedores invadiram o local. O Vice-Presidente J. D. Vance, em coletiva de imprensa recente, mencionou a importância de manter a celebração do futebol ao mesmo tempo que se impunham regras estritas: “Queremos que eles venham, celebrem e assistam aos jogos. Mas, quando chegar a hora de ir embora, eles precisam ir para casa. Caso contrário, terão que falar com a Secretaria Noem”, disse ele, ao lado de Trump, do presidente da FIFA, Gianni Infantino, e da Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.

Thomas Kennedy da Coalizão Imigrante da Flórida qualificou a lembrança da ICE sobre a necessidade de portar prova de status legal como “intimidante”. “Se eu não tivesse status, provavelmente ficaria longe de tudo isso”, lamentou.

Além do Mundial de Clubes, os EUA se preparam para co-sediar a Copa do Mundo de 2026, junto com México e Canadá, além dos Jogos Olímpicos de Verão de 2028. Ambos os eventos devem atrair milhões de visitantes. O Mundial de Clubes deste ano, com 32 equipes de 20 países, incluindo Real Madrid e Manchester City, é visto como um teste de como os EUA irão gerenciar a segurança e o tratamento dos convidados em futuros eventos.

O risco de manchar a imagem dos EUA

Defensores dos direitos dos imigrantes alertam que os Estados Unidos correm o risco de manchar sua imagem como anfitrião acolhedor. George Escobar, líder de programas do grupo de defesa CASA, comparou a situação atual a momentos sombrios da história. “Isso não é uma descrição do clima que antecedeu os Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim. Isso é como o regime Trump acolhe o mundo”, disse em declaração.

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