Brasil, 18 de junho de 2025
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Crise no governo Lula: líderes criticam férias de Haddad em meio ao impasse do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta críticas da base aliada por sair de férias durante crise fiscal no governo.

Líderes da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso expressaram preocupação e contrariedade em relação às férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em um momento delicado, marcado pela crise do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e pela Medida Provisória (MP) relacionada à arrecadação, os aliados de Lula temem que a ausência do titular da Fazenda complique ainda mais as negociações necessárias para enfrentar os desafios fiscais do país.

A escalada de uma crise fiscal

Desde o anúncio de medidas para buscar um equilíbrio fiscal em 23 de maio, o governo federal tem enfrentado uma série de crises. Através de um comunicado feito por técnicos do Ministério da Fazenda, ficou evidente a intenção de aumentar o IOF de diversas operações. De acordo com o governo, esse aumento tinha como meta arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. No entanto, a reação do mercado foi alarmante. O Ibovespa fechou em baixa de 0,44%, enquanto o dólar subiu 0,32%, atingindo R$ 5,66.

As redes sociais também foram palco de duras críticas ao governo, que viu a situação se agravar ainda mais após o recuo do Ministério da Fazenda, que precisou cancelar partes das mudanças anteriormente anunciadas no IOF. Mesmo com a retirada de algumas medidas, a crise persistiu. Aproximadamente 20 projetos de decretos legislativos (PDLs) foram apresentados no Congresso com o intuito de sustar os efeitos do decreto estadual. Em 28 de maio, Haddad teve que reunir-se de forma emergencial com os presidentes da Câmara e do Senado, mas a conversa não trouxe resultados concretos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se envolveu na situação e, em uma coletiva no dia 3 de junho, reconheceu que a comunicação do governo com o Congresso deixou a desejar. Para tentar desanuviar a tensão, novas propostas foram apresentadas, mas mais uma vez, o clima se deteriorou. No dia 12 de junho, o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou que pautaria a urgência do projeto que suspende o aumento do IOF.

Reação e consequências das férias de Haddad

O voto de urgência foi aprovado no dia 16 de junho, mas os líderes da base lamentam o fato de Haddad estar fora do cenário em um momento tão crucial. O ministro estará de férias até o dia 22 de junho, e durante esse intervalo, o Congresso terá duas semanas – devido ao recesso informal e a festividades como o feriado de Corpus Christi e as festas juninas – para discutir a proposta que derruba o reajuste do IOF. Esse prazo é crítico, pois o governo precisa urgentemente arrecadar quase R$ 20 bilhões neste ano para atingir as metas estipuladas pelo Arcabouço Fiscal.

As férias de Haddad são vistas como um fator que pode dificultar a busca por um consenso em meio a um cenário já desgastante e tenso. Líderes da base alertam que essa ausência poderá deixar o governo em desvantagem durante as discussões sobre alternativas para reverter a queda na arrecadação.

O impasse persistente sobre o IOF

As dificuldades para aprovar o aumento do IOF chamaram a atenção de toda a política brasileira. O aumento do IOF de 1,88% para 3,95% ao ano para empresas gerou uma onda de insatisfação que não se limitou apenas à oposição, mas também atingiu membros da base do governo que outrora apoiavam a medida. Ao se reunirem, líderes do Congresso solicitaram ao Planalto que reduzisse o aumento e propusesse uma MP com cortes de gastos como compensação.

O clima de insatisfação gerou uma série de conversas com parlamentares e aumentou a pressão sobre o governo, que precisava encontrar uma solução para evitar derrotas nas votações. Mesmo após um acordo preliminar, parte do Congresso voltou a demandar a revogação do decreto, resultando em um ambiente político conturbado.

À medida que as discussões prosseguem, o Planalto ainda tem a responsabilidade de navegar por esses mares turbulentos, buscando um consenso que estabilize a situação fiscal do país. O papel de Fernando Haddad e sua capacidade de diálogo serão cruciais para determinar a eficácia nas negociações e a continuidade das políticas econômicas que visam melhorar a arrecadação do governo.

Enquanto a crise se desenrola, a dificuldade enfrentada pelos líderes governistas ressalta a importância de uma comunicação clara e contínua entre o Executivo e o Legislativo, especialmente em momentos de alta tensão como este.

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