Brasil, 13 de junho de 2025
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Brasil disputa quase US$ 1 bi em financiamento para minas de terras-raras

Mineradoras buscam apoio financeiro do Brasil para explorar reservas de terras-raras, essenciais para tecnologia e segurança nacional

O Brasil prepara-se para divulgar nesta quinta-feira uma lista de projetos estratégicos de minerais, com foco na exploração de terras-raras, potencializando seu papel no mercado global. A iniciativa busca captar quase US$ 1 bilhão em financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Finep, envolvendo propostas de empresas que visam produzir esses elementos essenciais para indústria de alta tecnologia.

Projeto de terras-raras: prioridade na estratégia brasileira

Após semanas de análise, as entidades estatais selecionaram 124 propostas que somam aproximadamente US$ 15 bilhões. Entre as empresas com projetos em estágio inicial no país, estão a Aclara Resources, Viridis Mining and Minerals e Meteoric Resources. Essas iniciativas incluem etapas de mineração, refino e produção de componentes como ímãs e baterias, essenciais para setores como energia renovável e defesa.

Contexto e desafios do mercado de terras-raras

O Brasil possui 23% das reservas globais de terras-raras, ficando atrás apenas da China, conforme dados do Serviço Geológico dos EUA. No entanto, sua produção é limitada, concentrada na estatal Grupo Serra Verde, que mantém contratos majoritariamente com compradores chineses. Segundo o CEO da Aclara, Ramon Barua, “o Brasil é uma cópia geológica do que os chineses têm, mas estamos fazendo isso de forma super ambientalmente correta”.

Desde restrições chinesas às vendas de terras-raras, o cenário mundial se voltou para diversificação de fontes. Os EUA, por exemplo, buscam estabelecer parcerias em localidades como Ucrânia, Groenlândia e República Democrática do Congo, diante do aumento da influência chinesa no setor.

Oportunidades e obstáculos na cadeia de produção

Apesar do potencial, a indústria enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de investir na cadeia de processamento — atualmente dominada pela China — e na estabilização de preços fora do mercado chinês. Segundo a consultoria Wood Mackenzie, os preços dos elementos precisariam dobrar para viabilizar uma oferta garantida internacionalmente, conforme aponta Johann Schimd, chefe de metais da empresa.

O apoio financeiro do governo brasileiro também contempla a participação de instituições internacionais, como a Agência de Cooperação Internacional do Japão, além de parcerias com o setor privado e fundos ambientais do Brasil. “O mundo percebe que não pode depender de um só país”, afirmou Jose Luis Gordon, diretor do BNDES de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior.

Perspectivas de desenvolvimento no Brasil

Pretendem atuar na mineração e processamento de terras-raras empresas como a Viridis, que busca diversificar sua base de financiadores, incluindo bancos de vários países. A Viridis, sediada na Austrália, já mantém negociações com bancos de desenvolvimento na América do Norte, Europa, Ásia e Austrália, visando ampliar sua flexibilidade financeira.

Espera-se que, mesmo com o apoio estatal, o financiamento seja suficiente apenas para iniciar os projetos, exigindo mobilização de investidores internacionais e privados para sua plena viabilidade. A fabricação de componentes, como ímãs de terras-raras, já está prevista em Minas Gerais, impulsionando a transição energética e estratégias de segurança do Brasil.

Impactos e desafios futuros

A estratégia brasileira ocorre em um momento de tensão global por recursos considerados estratégicos e escassos. Além das limitações impostas pela China, empresas do mundo todo enfrentam dificuldades para estabelecer uma cadeia de suprimentos estável e preços competitivos.

Com a iniciativa, o Brasil busca transformar promessas antigas em realidade concreta, articulando recursos públicos e privados para conquistar espaço no mercado de terras-raras e fortalecer sua soberania mineral. A expectativa é que os projetos avancem em um cenário de maior segurança e autonomia na pauta de recursos críticos para tecnologia de ponta.

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