Brasil, 6 de junho de 2025
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Desafios no licenciamento ambiental: Lula e Marina Silva em conflito

Aliados afirmam que Lula não deve apoiar Marina na briga por mudanças nas regras de licenciamento ambiental, em um governo fragilizado no Congresso.

No contexto político atual, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, tentou dialogar com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em um esforço para manter vivo o projeto que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental no Brasil. Contudo, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizam que ele não deverá se envolver diretamente na defesa da proposta, evidenciando um possível conflito de interesses dentro da própria base governamental.

A fragilidade do governo no Congresso

Com um governo enfraquecido em sua relação com o Congresso Nacional, Lula opta por não entrar em embates públicos com parlamentares sobre o projeto de flexibilização, que já passou pelo Senado e agora volta à Câmara dos Deputados pela segunda vez. A expectativa é que o presidente busque adequações pontuais, priorizando destravar obras pelo país em vez de se comprometer em batalhas legislativas que possam prejudicar sua imagem ou sua governabilidade.

Os aliados do presidente enfatizam que a abordagem ideal seria acomodar a questão, especialmente considerando as preocupações levantadas pelo Ministério do Meio Ambiente em relação aos riscos e retrocessos que a nova legislação poderia trazer. Marina, por sua vez, se empenha em estreitar o diálogo com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e outros líderes para ampliar a discussão sobre o tema, na tentativa de conquistar apoio e impedir que o texto siga sem alterações significativas.

O novo marco legal e suas controvérsias

O projeto em questão visa criar um novo marco legal para a regularização de atividades econômicas e empreendimentos, com passagens que suscitam grande controversa — uma das mais criticadas é a proposta de criação da chamada “Licença Ambiental Especial (LAE)”. Esta licença permitiria que atividades consideradas estratégicas fossem autorizadas com um único processo, enquanto atualmente exigem três etapas: licença prévia, licença de instalação e licença de operação.

Ministros aliados de Lula veem essa emenda como uma oportunidade para negociar um meio-termo, reconhecendo que a proposta aprovada pelo Senado possui excessos que precisam ser ajustados. A crítica de Marina destaca que essa emenda poderia enfraquecer a proteção ambiental, um ponto que ela discute fervorosamente com os membros do governo que defendem o desenvolvimento econômico.

Diálogos e estratégias no Planalto

A recente interação entre Marina e Gleisi no Palácio do Planalto buscou alinhar estratégias sobre como abordar o tema na Câmara. Após a reunião, ambos os lados concordaram que a melhor abordagem seria um texto que impulsione o desenvolvimento sem comprometer a preservação ambiental. Marina reafirmou seu compromisso com a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais, argumentando que o diálogo contínuo é essencial para um acordo que beneficie tanto o desenvolvimento quanto a proteção ambiental.

“A lei precisa ser mantida naquilo que é essencial, proteger a biodiversidade, os recursos hídricos, o solo, o ar que a gente respira. Nesse momento, o diálogo é para que a gente consiga sair com um texto que agilize sem fragilizar,” afirmou a ministra durante uma declaração à imprensa.

Expectativas para o futuro

O governo, dividido em suas prioridades, caminha sobre fios delicados em um Congresso que não garante a maioria necessária para apoiar suas posições. Com Lula sinalizando que o marco de licenciamento ambiental não é uma prioridade imediata, a tarefa de Marina se torna ainda mais desafiadora. Ela deve navegar em um ambiente político tenso onde a vontade de acelerar projetos de desenvolvimento encontra a necessidade de proteger o meio ambiente.

Enquanto as discussões avançam, a capacidade do governo de encontrar soluções que não comprometam a integridade ambiental será testada. Aliados de Marina reconhecem que, embora o espaço para negociação na Câmara seja limitado, existem oportunidades se ela conseguir capitalizar em torno das preocupações ambientais que o projeto levanta. Já outros membros da equipe de Lula têm uma visão mais pessimista sobre a possibilidade de reverter o andamento do projeto como está, destacando que será necessário um esforço concertado para garantir que o texto final atenda às expectativas de todos os envolvidos.

Desde a estreita relação construída entre Lula e Marina ao longo dos anos, a confiança mútua poderá ser um fator crucial para superar os desafios legislativos futuros. As próximas semanas serão decisivas para o projeto de licenciamento ambiental e a capacidade do governo de equilibrar a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico no Brasil.

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