Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado o “principal responsável” por desvios de dinheiro no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por aproximadamente 31% da população brasileira. Este índice é significativamente maior do que o observado na administração de Jair Bolsonaro (PL), onde apenas 8% da população o culpava por situações semelhantes. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira e revela o impacto da crise no cenário político atual.
Contexto do desvio e a percepção pública
Os dados indicam que a crise no INSS, que afeta diretamente aposentados e pensionistas, está claramente na mira da população. Um percentual considerável, 82%, dos brasileiros está ciente do escândalo ligado à autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social. Apenas 18% afirmaram não ter ouvido falar sobre o problema. Isso demonstra que a questão ganhou notoriedade em uma sociedade que, muitas vezes, sente diretamente os efeitos das políticas públicas.
Atribuição de responsabilidades
Além de Lula, a pesquisa também investigou a percepção da população sobre outros responsáveis pelos desvios. Para 14% dos entrevistados, o INSS em si é o principal culpado por essa situação. Já 8% atribuíram a culpa ao governo Bolsonaro, assim como 8% mencionaram as “entidades que fraudaram a assinatura dos aposentados”. Nos últimos locais, apenas 1% responsabilizou os aposentados por não conferirem os descontos realizados em seus benefícios. Vale considerar que 26% dos entrevistados não souberam ou não quiseram opinar sobre a questão.
A urgência de uma solução
Quando questionados sobre qual deveria ser a prioridade do governo Lula para tratar essa situação crítica, 52% dos entrevistados ressaltaram que a gestão deveria “devolver o dinheiro desviado apenas com recursos bloqueados das entidades investigadas”. Em contrapartida, 41% acreditam que é essencial utilizar recursos públicos para devolver o montante que foi desviado dos aposentados, mesmo que isso implique um custo maior para os cofres públicos. Essa divisão de opiniões traz à tona o debate sobre como o governo deve agir em casos que envolvem corrupção e a proteção dos direitos dos cidadãos.
Abertura de uma CPI do INSS
Outro ponto relevante trazido pela pesquisa é a apreciação da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os desvios no INSS. Metade da população, ou seja, 50%, considera “importante” que o Legislativo inicie tal comissão. Outros 43% afirmaram que a investigação da Polícia Federal já é suficiente e que a oposição está mais interessada em desgastar o governo do que em buscar justiça. Essa necessidade percebida por uma CPI é 20 pontos percentuais maior entre aqueles que votaram em Bolsonaro nas últimas eleições em comparação aos apoiadores de Lula.
A reação do governo e suas consequências
O escândalo no INSS está tendo um impacto profundo nas tentativas do governo Lula em recuperar sua popularidade. De acordo com análises feitas por especialistas, o governo está preocupado que essa crise possa desviar a atenção necessária para aprovar importantes projetos legislativos. O semestre legislativo até agora não trouxe muitas conquistas para a agenda de Lula, e a situação do INSS pode interromper o fluxo de apoio em uma fase crítica.
Conhecimento sobre mudanças fiscais
Além do INSS, os pesquisadores da Quaest também indagaram a população sobre mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas pelo Ministério da Fazenda. A maioria, 58%, afirmou não ter conhecimento sobre as alterações. Somente 39% estão cientes, e 3% não souberam ou não responderam.
Opiniões sobre as medidas do governo
Quanto à decisão de reverter o aumento do IOF para aplicações de investimento, 41% da população a considerou acertada, enquanto 36% discordaram. Outros 23% não souberam ou não responderam. Além disso, a medida de manter o aumento do IOF para compras de dólar e remessas ao exterior também gerou opiniões polarizadas, com 50% afirmando que Lula errou ao tomar essa decisão.
A pesquisa realizada pela Quaest entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1 de junho, apresentando uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. Esses dados revelam não apenas uma crise no sistema de previdência, mas também um teste significativo para a governabilidade de Lula em um período de insatisfação pública.