O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira que espera uma redução na taxa de juros pelo Banco Central, cuja Selic está atualmente em 14,75%. Lula afirmou que, em breve, o BC deverá adotar uma postura mais favorável à queda dos juros, considerando a inflação sob controle e a redução dos preços dos alimentos.
Continuidade do ciclo de alta e perspectivas para a Selic
Atualmente, a taxa Selic encontra-se no maior patamar desde 2006, durante o primeiro mandato de Lula. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá novamente nos dias 17 e 18 deste mês para definir os próximos passos. No último encontro, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de mais um aumento ou de encerramento do ciclo de alta, com apostas divididas no mercado entre uma manutenção dos juros ou um aumento adicional de 0,25 ponto percentual.
Confiança no comando do Banco Central
Durante a coletiva, Lula reforçou sua confiança no presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmando que ele dará conta do recado. “Tenho 100% de confiança na idoneidade do companheiro Galípolo. Ele é uma figura muito especial e acho que ele vai dar conta do recado, fazendo aquilo que é necessário fazer”, declarou.
Discurso de Galípolo e os desafios do ciclo de alta
Na segunda-feira, Galípolo indicou que o banco ainda analisa a possibilidade de continuar elevando os juros, destacando a necessidade de manter um “estômago de crocodilo” e “queixo de pedra” diante do período de juros elevados que pode durar mais tempo. Ele afirmou que será preciso resistir às pressões até que as metas de inflação sejam atingidas.
Economia em crescimento apesar dos juros altos
Lula também comentou que, apesar dos juros elevados, a economia brasileira continua apresentando crescimento graças à expansão do crédito. O governo tem adotado medidas para aumentar o acesso ao crédito, mesmo que isso contrarie o esforço do BC de oferecer uma política monetária restritiva para conter a inflação. Segundo Lula, a oferta de crédito é fundamental para impulsionar a economia, e, se for necessário, deve-se encontrar formas de equilibrar crescimento e controle inflacionário.
“Há muito crédito neste país e queremos mais crédito para fazer a economia crescer. Fico chateado quando dizem que o crescimento vai causar inflação. Precisamos de outro jeito de controlar a inflação”, afirmou durante coletiva de imprensa nesta terça-feira. A declaração reforça o conflito de interesses entre a política de crédito do governo e as ações do Banco Central para conter a inflação.
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