Apesar das elevadas taxas de juros, o Brasil surpreendeu ao registrar a quinta maior alta do PIB no mundo no primeiro trimestre de 2025, superando economias como Estados Unidos e União Europeia. O destaque vai para o agronegócio, que teve papel central nesse avanço, com a soja liderando uma safra robusta que ajudou a sustentar a atividade econômica nacional.

🚀 Agricultura lidera crescimento do PIB no início de 2025
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% entre janeiro e março, em comparação com o trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE. O avanço foi impulsionado principalmente pela alta de 12,2% no setor agrícola, que apresentou desempenho excepcional graças à colheita abundante de soja — carro-chefe das exportações do país.
Essa performance do agronegócio foi determinante para que o Brasil registrasse o 5º maior crescimento econômico entre todas as nações no período, ficando à frente de grandes potências como Estados Unidos e países da União Europeia.
🌾 Crescimento do PIB no agronegócio mostra resiliência interna
Para analistas, o resultado reflete não apenas o vigor da produção no campo, mas também a força da demanda interna. Segundo o economista Rodolfo Margato, da XP, além do agro, a renda das famílias, o emprego e o crédito acessível sustentaram o consumo, o que deve levar a uma revisão para cima nas projeções de crescimento para o ano.
“O agro já era esperado como motor, mas o que surpreende é a resiliência dos outros setores. Nossa previsão de crescimento do PIB pode chegar a 2,5%”, destacou.
🏗️ Investimentos e consumo fortalecem economia
Na composição do crescimento, os investimentos fixos avançaram 3,1%, enquanto o consumo das famílias cresceu 1,0%, apoiado por políticas de estímulo à renda promovidas pelo governo federal, como o aumento do salário mínimo.
Os serviços, que representam cerca de 70% da economia nacional, tiveram expansão de 0,3%. Já a indústria registrou uma leve retração de 0,1%.
📈 Pressão sobre juros continua
Apesar do bom desempenho, o cenário de juros elevados continua pressionando o ambiente econômico. O Banco Central já elevou a Selic para 14,75%, seu maior patamar em quase duas décadas. Especialistas não descartam um novo aumento nas próximas reuniões do Copom, especialmente diante da inflação que segue acima da meta.
William Jackson, economista da Capital Economics, avalia que o crescimento forte pode adiar o fim do ciclo de alta de juros, prevendo inclusive uma elevação adicional de 25 pontos-base.
📉 Previsão para o ano
Mesmo com um início de ano acima das expectativas, o governo projeta desaceleração da economia no segundo semestre, estimando um crescimento de 2,4% para 2025, contra 3,4% no ano anterior.