Brasil, 31 de maio de 2025
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Dólar sobe 0,82% e Ibovespa recua na manhã desta sexta-feira

Mercado financeiro acompanha dados do PIB, impasse do IOF e tensões comerciais entre EUA e China na trajetória dos ativos brasileiros

Na manhã desta sexta-feira (30), o dólar opera em alta de 0,82%, cotado a R$ 5,7129 às 11h17, enquanto o Ibovespa registra queda de 0,96%, aos 137.205 pontos. Esses movimentos refletem o cenário de incertezas locais e internacionais, influenciando os mercados financeiros brasileiros.

PIB indica economia brasileira resistente apesar das pressões

O destaque do dia foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2025, que cresceu 1,4%. O resultado revela a resiliência da economia brasileira, mesmo diante de juros elevados, instabilidades externas e preocupação com o equilíbrio fiscal. Segundo o economista José Alfaix, da Rio Bravo Investimentos, “a forte safra agrícola e um mercado de trabalho aquecido foram fatores determinantes para esse crescimento”.

Contudo, especialistas alertam que essa expansão pode ser temporária. Igor Cadilhac, do PicPay, explica que “a combinação de inflação persistente e juros altos deve frear o desempenho econômico, tornando inevitável uma desaceleração para ajustar os desequilíbrios atuais”.

Impacto das taxas de juros e do impasse do IOF na economia

O Banco Central continua elevando a taxa Selic, atualmente em 14,75%, buscando conter a inflação. Essa política encarece o crédito, desestimula o consumo e os investimentos, contribuindo para uma desaceleração natural da atividade econômica, conforme avalia Pedro Ros, CEO da Referência Capital. “Sem um ambiente fiscal sustentável, o crescimento abaixo do potencial continuará”, acrescenta.

Debate sobre o aumento do IOF e o risco fiscal

O governo enfrenta batalhas no Congresso para impedir a revogação do aumento do IOF, uma medida que, junto a um bloqueio orçamentário de R$ 31,3 bilhões, visa equilibrar as contas públicas. A oposição já apresentou 22 propostas de derrubada, enquanto ministros defendem a responsabilidade fiscal, argumentando que a revogação exigiria novos cortes no orçamento, o que poderia comprometer o ritmo de ajuste fiscal.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou um ambiente favorável à derrubada, embora o ministro Fernando Haddad afirme que essa discussão ainda não está em pauta, buscando manter a responsabilidade fiscal.

Conflitos comerciais entre EUA e China reacendem tensões globais

Internacionalmente, o mercado monitora o impasse sobre as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Após uma decisão judicial americana de bloquear temporariamente as tarifas, a Corte de Apelações restabeleceu as medidas, aumentando a ansiedade sobre uma possível escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Trump acusou Pequim de violar o acordo tarifário, reacendendo o temor de conflitos comerciais e de uma possível desaceleração global.

Esses fatores mantêm a volatilidade nos mercados internacionais, impactando o câmbio e o desempenho da Bolsa brasileira, que acompanha as oscilações de Wall Street.

Perspectivas para os mercados financeiros

O câmbio, que acumula alta de 0,36% na semana e queda de 0,19% no mês, deve seguir sensível às questões fiscais e geopolíticas, enquanto o Ibovespa, com alta semanal de 0,51%, tende a refletir a combinação de incertezas e oportunidades perante os dados econômicos positivos, como o crescimento do PIB.

Analistas ressaltam que, apesar da resiliência atual, o cenário permanece de cautela, especialmente com o risco de novos obstáculos fiscais e conflitos geopolíticos ampliando a volatilidade dos ativos brasileiros.

Para acompanhar essas tendências e os desdobramentos políticos e econômicos, os investidores continuam atentos às próximas semanas, onde possíveis mudanças nas políticas fiscais e conflitos comerciais podem afetar significativamente o mercado.

Fonte: G1 – Economia

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