A situação no Iêmen atinge níveis críticos, e as Nações Unidas não hesitam em caracterizar a crise como uma das piores do mundo. O apelo internacional para a ajuda humanitária se torna cada vez mais urgente, diante da desnutrição de aproximadamente 2,3 milhões de crianças, com 600 mil em situação grave.
Cenário alarmante para a infância no Iêmen
Na recente coletiva de imprensa em Nova York, Farhan Haq, vice-porta-voz da ONU, destacou que a crise humanitária no Iêmen não apenas persiste, como se agrava. Desde 2014, o país vem enfrentando um conflito severo entre os houthis e as forças governamentais, exacerbado por influências regionais, em particular a da Arábia Saudita. A situação tornou-se insustentável: metade das crianças estão desnutridas e a falta de recursos financeiros está comprometendo ainda mais a ajuda internacional.
Os dados revelados por Haq são alarmantes e refletem o cenário devastador do país. Cortes no financiamento das operações humanitárias levaram a uma diminuição drástica dos recursos disponíveis, com o plano de apoio ao Iêmen obtendo apenas 9% do que era necessário em 2024. As consequências são diretas e impactantes: os programas que atendiam 350 mil crianças e mães já foram encerrados e 400 centros de saúde, entre eles 64 hospitais, estão prestes a fechar suas portas, afetando diretamente 7 milhões de pessoas.
Acréscimo nas tensões regionais
As preocupações em relação ao Iêmen não se limitam apenas à crise humanitária. A escalada das tensões entre Israel e os houthis também gera sinais de alerta. Hans Grundberg, enviado especial da ONU para o Iêmen, abordou recentemente esta situação. Em um contexto de salários cortados e ataques à navegação no Mar Vermelho, a relação entre os houthis e o governo israelense se deteriorou ainda mais.
Acordos de cessar-fogo foram formalizados entre os militantes e os Estados Unidos, trazendo uma breve esperança de distensão. No entanto, em meio a um aumento de ataques desde 7 de outubro de 2023, a insegurança persiste. Os houthis têm intensificado suas ameaças a navios conectados a Israel, enquanto os EUA, em resposta, já efetuaram ataques contra posições das milícias no Iêmen.
O impacto da falta de ajuda humanitária
A situação crítica da saúde e nutrição das crianças yemenitas é apenas um dos efeitos trágicos do prolongado conflito. A resiliência das instituições que lutam para fornecer assistência está sendo testada, à medida que os cortes de financiamento se tornam mais severos. O cenário não se limita às crianças; milhões de civis enfrentam a desesperança em um país devastado pela guerra.
Com o impacto dos cortes nas operações humanitárias, a comunidade internacional se vê diante de um desafio urgente, que requer um comprometimento renovado por parte dos países doadores e uma estratégia mais eficaz para garantir que a ajuda chegue aos mais necessitados.
Apelo à comunidade internacional
À medida que o Iêmen enfrenta essa crise nunca antes vista, o apelo da ONU para a assistência humanitária se torna mais crucial. A necessidade imediata de suporte para as crianças e famílias afetadas é evidente, e os doadores precisam ser mobilizados para evitar um desastre ainda maior.
Por fim, neste contexto desaparecedor, a esperança reside na conscientização e ação coordenada da comunidade internacional para que se possa ao menos amenizar a dor e o sofrimento de milhões de vidas inocentes. O futuro do Iêmen, principalmente das suas crianças, depende da capacidade de resposta do mundo a essa urgência desumana que grita por socorro.