Brasil, 18 de maio de 2025
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Brasil registra mais de 110 mil denúncias de abuso sexual infantil

Entre 2021 e 2024, o Brasil viu um aumento alarmante nas denúncias de abuso sexual contra menores, com 36 mil casos somente em 2024.

Entre os anos de 2021 e 2024, o Brasil registrou 110.449 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A tendência é preocupante, com um aumento acentuado nos números: em 2024, 36.802 denúncias foram contabilizadas, representando um aumento de 95,6% em relação a 2021, que registrou 18.809 casos. Os dados foram fornecidos pelo Painel de Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, e servem como um alerta para a sociedade.

Contexto alarmante no Dia Nacional de Combate ao Abuso

Este cenário se torna ainda mais alarmante considerando que o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em 18 de maio. A data traz à tona a necessidade urgente de debate e ações efetivas para proteger os menores e combater este crime que parece crescer descontroladamente.

Ambiente de abusos: a realidade invisível

Um dos principais aspectos a serem destacados é o ambiente em que ocorrem os abusos. A grande maioria das vítimas reside na mesma casa que o agressor. Em 2024, 16.836 casos foram registrados com essa característica, apontando que 44% das denúncias feitas nos últimos quatro anos se referem a vítimas que moram na mesma localidade que seus abusadores.

Embora o ambiente virtual tenha se destacado em 2022, com 2.169 denúncias, verificou-se uma queda no ano seguinte, finalizando 2023 com 1.221 casos, evidenciando talvez uma mudança na dinâmica do abuso.

Crescimento contínuo das denúncias em 2025

Os dados preliminares de 2025 também trazem preocupações. Nos primeiros quatro meses do ano, já foram registradas 11.110 denúncias. Esse número supera os 10.566 casos contabilizados no mesmo período de 2024, sem registrar um único mês de recuo em relação ao ano anterior. Essa tendência evidencia um crescimento contínuo que precisa ser urgentemente abordado.

Importância da detecção e apoio psicológico

Em entrevista ao Metrópoles, a psicóloga clínica e pedagoga Deborah Gimene afirmou que não há um único sinal visível que possa indicar que uma criança ou adolescente está sendo vítima de abuso. Cada indivíduo reage de maneira distinta ao trauma, e algumas mudanças de comportamento podem ser peculiares a cada caso.

“É importante notar se a vítima apresenta sinais como hematomas, infecções urinárias recorrentes ou mudanças comportamentais súbitas. Isso pode ser um indicativo de que algo não está bem”, observou Deborah.

Além disso, a profissional enfatiza que a tecnologia deve ser uma preocupação na proteção das crianças. A exposição nas redes sociais, quando não supervisionada, pode tornar as crianças vulneráveis a abusadores. Portanto, o diálogo aberto sobre segurança digital é essencial para prevenir abusos.

A relevância da educação sexual

A educação sexual surge como uma ferramenta fundamental na prevenção ao abuso sexual. Deborah destaca que muitas pessoas ainda acreditam que este tema está estritamente relacionado ao ato sexual em si, quando, na verdade, envolve aspectos como autoestima, emoções e conhecimento do próprio corpo.

“A educação sexual não é apenas sobre sexo; é sobre permitir que cada um compreenda seu corpo e seus direitos, fortalecendo-os contra possíveis abusos”, explica a psicóloga.

Acompanhamento psicológico após o abuso

Nos casos em que ocorreu abuso, o acompanhamento psicológico se torna crucial. Deborah ressalta que um profissional pode ajudar a vítima a ressignificar a experiência traumática e a entender que não são culpadas pelo que aconteceu.

“No processo terapêutico, trabalhamos para que a criança ou adolescente possa reestruturar sua vida em torno dos eventos que vivenciou. O apoio emocional é imprescindível para sua recuperação”, conclui.

O aumento das denúncias de abuso sexual infantil no Brasil é um tema que necessitará cada vez mais de atenção e ações significativas por parte da sociedade. Conversar sobre educação sexual, sensibilizar sobre sinais de abuso e proporcionar apoio psicológico são passos essenciais para proteger nossos menores e assegurar que todos possam crescer em um ambiente seguro e saudável.

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