Brasil, 18 de maio de 2025
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Brasil avança na produção de combustível sustentável para aviação

Brasil se prepara para a transição do setor aéreo com o SAF, combustível sustentável que promete reduzir emissões de carbono até 2037.

Com uma meta ambiciosa de reduzir em 10% suas emissões de carbono até 2037, a aviação brasileira está se precipitando na construção de fábricas de SAF (Sustainable Aviation Fuel), um combustível sustentável que substitui o querosene de origem fóssil. A transição para essa nova fonte de energia começa em breve, a partir de 2025, refletindo um compromisso global do setor aéreo. O Brasil, rico em biomassa e com experiência na produção de biocombustíveis, se posiciona como um grande potencial nesse mercado emergente.

Oportunidades e desafios na produção de SAF

A transição para o SAF é vista não apenas como um desafio, mas também como uma oportunidade significativa para o Brasil, que atrai investimentos bilionários para desenvolver essa nova fonte de combustível. A Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro, estabelece um plano claro para a descarbonização do setor aéreo brasileiro, começando com a exigência de redução de 1% nas emissões de carbono em voos domésticos até 2027, aumentando gradualmente ao longo dos anos.

Até o momento, a Vibra (anteriormente conhecida como BR Distribuidora) foi a primeira empresa a comercializar o SAF no Brasil, que, por enquanto, é importado e produzido a partir de óleo de cozinha usado. No entanto, para garantir a produção local, o Brasil investe em diferentes rotas tecnológicas que vão desde a conversão de etanol da cana-de-açúcar até o coprocessamento de óleos vegetais, como os utilizados na produção de biocombustíveis.

Expectativas e investimentos no setor

A Petrobras lidera o desenvolvimento do SAF nacional, com previsão de iniciar a produção comercial ainda este ano, utilizando refinarias em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A empresa já planeja uma expansão na produção com o uso do etanol em suas formulações. Outra iniciativa importante é da Acelen, que pretende começar a produção de SAF na Bahia, focando na macaúba como matéria-prima até 2026, contribuindo para a solidificação do Brasil como uma plataforma de exportação.

Estudos indicam que a demanda nacional por SAF deve iniciar com 126 milhões de litros em 2027, podendo atingir 1,75 bilhão de litros anuais na década seguinte. Para as companhias aéreas, que enfrentam margens de lucro estreitas, essa demanda representa um custo adicional significativo, podendo alcançar US$ 1,4 bilhão até o final da década.

Um dos principais obstáculos a serem superados é o alto custo de produção do SAF, que ainda é de 2,5 a 3 vezes superior ao do querosene convencional. Especialistas, como Clayton Souza da L.E.K. Consulting, apontam que a viabilidade econômica do SAF depende de incentivos governamentais e regulamentações que favoreçam a cadeia produtiva.

Regulamentação e o futuro do SAF no Brasil

A transição para o SAF requer regulamentações claras e eficazes, e o governo brasileiro está em fase de elaboração de decretos complementares para a Lei do Combustível do Futuro, essencial para a implementação desse projeto. Em setembro, a ANAC e a ANP assinaram um acordo de cooperação técnica para regulamentar o uso do SAF no país, o que representa um passo significativo em direção à estruturação desse novo mercado sustentável.

Entretanto, ainda há desafios, como a necessidade de regras claras em relação aos créditos de carbono e a disponibilidade em escala do SAF. Além disso, a Gol Linhas Aéreas, que busca incorporar 5% de SAF até 2030, comentou que a regulamentação será crucial para garantir segurança jurídica para todos os envolvidos, desde os produtores até os operadores aéreos.

À medida que o Brasil se destaca na corrida global pela produção de SAF, a colaboração entre o setor privado e o governo será fundamental para criar um ambiente propício ao crescimento sustentável, capaz de apoiar a aviação em sua missão de alcançar a neutralidade de carbono.

Com esses avanços, o Brasil não só se posiciona como um líder na produção de SAF, mas também abre portas para exportação e colabora na luta global contra as mudanças climáticas, apresentando um modelo que pode inspirar outros países a seguir o mesmo caminho.

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