Neste domingo (18/5), após participar da primeira missa do papa Leão XIV no Vaticano, o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), manifestou a preocupação do governo Lula em relação à taxa de juros básica, a Selic. Alckmin reafirmou a expectativa de uma rápida redução da Selic pelo Banco Central para conter seus efeitos adversos sobre a dívida pública e o produto interno bruto (PIB) do Brasil.
Expectativa de queda da Selic
Alckmin destacou a importância da diminuição da Selic em um cenário onde o Brasil continua a crescer apesar de uma “taxa de juros elevadíssima”. “Estamos confiantes de que, assim como houve crescimento, a Selic possa cair rapidamente. Temos dois efeitos muito negativos: um no PIB e outro na dívida pública,” afirmou Alckmin, antes de seu retorno ao Brasil.
O vice-presidente também mencionou a desaceleração de fatores que pressionaram a Selic para cima. “O preço do dólar caiu de R$ 6,20 para R$ 5,70, e a situação do clima melhorou, o que deve resultar em uma produção agrícola robusta. Isso é um fator positivo em relação à inflação,” complementou.
Desafios do governo em relação à taxa Selic
O apelo de Alckmin por uma redução da Selic reflete a batalha contínua do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu terceiro mandato. Desde que reassumiu o cargo, Lula tem enfrentado resistência do então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa resistência resultou em um aumento da Selic que complicou a agenda econômica do governo.
Após a saída de Campos Neto, o governo nomeou Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central. No entanto, a queda da Selic ainda não se concretizou, o que continua a ser uma preocupação para a administração Lula. Atualmente, a Selic está fixada em 14,75%, um aumento de 2,5 pontos percentuais em relação ao que foi deixado por Campos Neto em dezembro de 2024, que era de 12,25%. O Comitê de Política Monetária (Copom) sob a liderança de Galípolo aplicou três aumentos consecutivos nas taxas: de 13,25% em janeiro, 14,25% em março, e finalmente 14,75% em maio deste ano.
Alckmin enfatizou que é crucial que a Selic diminua rapidamente, visto que o seu aumento prejudica a geração de empregos e o crescimento econômico. “Uma alta na Selic torna o crédito mais caro, o que estimula a contração do consumo e freia a criação de novos empreendimentos,” disse ele no Vaticano.
A relação entre a Selic e a inflação
Quando o Banco Central decide reduzir a Selic, o impacto é significativo na economia. Os bancos tendem a oferecer empréstimos a taxas mais baixas, facilitando assim o acesso ao crédito, o que pode estimular novos negócios e gerar mais empregos. Além disso, a redução nos juros do cartão de crédito e de financiamentos pode trazer alívio para as famílias e pequenos empresários.
Por outro lado, um aumento na Selic é uma ferramenta frequentemente utilizada para combater a inflação. A lógica é que, ao restringir a quantidade de dinheiro em circulação, o país se mantém dentro da meta inflacionária, o que é fundamental para a saúde da economia a longo prazo.
Os impactos da taxa Selic são amplos e afetam não apenas grandes corporações, mas também pequenos negócios e consumidores individuais, impactando diretamente o cotidiano dos brasileiros.
A expectativa de uma queda na Selic está em linha com as promessas do governo de facilitar o acesso ao crédito e impulsionar a economia nacional. À medida que o cenário econômico evolui, a pressão sobre o Banco Central para agir rapidamente pode aumentar, especialmente com a chegada de novos dados sobre o desempenho econômico e a inflação.
O debate sobre a Selic e suas implicações continuará a ser um ponto focal nas discussões econômicas do Brasil, à medida que o governo Lula busca implementar suas políticas para estimular o crescimento econômico e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.