Brasil, 17 de maio de 2025
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Taxa das blusinhas faz americanos trocarem sites asiáticos por varejistas locais

A nova tarifa dos EUA está mudando hábitos de consumo, com impacto nas compras online e nos varejos tradicionais.

A recente implementação da chamada “taxa das blusinhas” nos Estados Unidos, que baniu isenções tarifárias para remessas internacionales de baixo valor, trouxe consequências significativas para o mercado de consumo. As plataformas de compras chinesas Temu e Shein, que atraíam consumidores americanos com grandes descontos, estão enfrentando uma queda acentuada em seus números de vendas, enquanto as lojas de departamento e os varejistas locais estão sentindo os efeitos de uma nova onda de consumo.

A mudança no comportamento do consumidor

Conforme indicado por estudos realizados pela Consumer Edge Research, muitos consumidores que costumavam gastar nas plataformas Temu e Shein agora estão redirecionando seus gastos para lojas de departamento tradicionais e varejistas de desconto. A pesquisa analisou o comportamento de clientes que, após realizar pelo menos duas compras nos sites, não efetivaram mais transações em abril e maio. O resultado foi um redirecionamento “desproporcional” dos gastos para estabelecimentos como Bloomingdale’s, Macy’s e Kohl’s, além de lojas como Old Navy.

Esse fenômeno se deve, em parte, ao impacto direto da nova tarifa. Com a isenção de até US$ 800 sendo revogada, muitos consumidores estão reconsiderando suas estratégias de compra, optando por alternativas mais próximas e, muitas vezes, mais econômicas, em termos de frete e rapidez de entrega.

Impactos imediatos nas vendas

A Consumer Edge observou uma queda abrupta no crescimento dos gastos em abril, logo após o anuncio da tarifa por Donald Trump. Apenas no início do ano, as vendas da Temu tinham crescido 50% e as da Shein 30%. Contudo, a nova política fiscal causou uma incerteza que fez com que ambas as empresas reduzissem seus investimentos em publicidade e mudassem suas estratégias. A Temu, por exemplo, decidiu enfatizar produtos que já estavam no país, evitando os novos impostos ao focar na venda de itens que não estão sujeitos a esse encargo.

Além disso, o número médio de usuários diários que acessam os aplicativos da Temu caiu de 58 milhões em março para apenas 41,2 milhões em maio. A Shein não ficou atrás, apresentando uma diminuição de sua base de usuários diários de 29,2 milhões para 25,5 milhões no mesmo período, segundo dados da Sensor Tower.

Perspectivas para o futuro

Essas mudanças no comportamento de compra são vistas como uma oportunidade promissora para os varejistas americanos. Exemplos disso incluem a Gap, que, embora ainda dependa de uma parte de sua produção vinda da China, prevê um crescimento modesto nas vendas. O cenário, no entanto, não é completamente otimista, uma vez que grandes redes como Macy’s e Kohl’s estão realizando reestruturações e fechando lojas para se adaptarem ao novo cenário do varejo.

Michael Gunther, vice-presidente de percepções da Consumer Edge, ressaltou que a mudança no comportamento do consumidor pode ser um indicativo do que está por vir, e explicou que a queda no crescimento dos gastos já era visível antes do anúncio das novas tarifas. Ele afirma: “Esses são sinais iniciais do que está acontecendo com o comportamento do consumidor em relação às tarifas,” destacando que o ambiente de compras nos EUA está mudando rapidamente.

Portanto, embora as plataformas de compra online tenham conquistado um espaço considerável no consumo americano nos últimos anos, as recentes mudanças nas tarifas e a conscientização dos consumidores sobre essas tarifas estão levando a uma reversão nos hábitos de compra. As lojas de departamento e varejistas locais agora têm uma nova oportunidade para recapturar uma parte do mercado que havia sido dominada por varejistas online, principalmente os do exterior.

O movimento dos consumidores americanos em direção a opções locais pode sugerir uma muculatura gastronômica crescente entre os varejistas tradicionais, permitindo que eles se reinvençam e respondam apropriadamente às novas demandas do mercado. Resta ver se as plataformas digitais conseguirão recuperar seu espaço ou se o vício por compras em lojas físicas voltará a prevalecer neste novo cenário econômico.

Em um panorama onde as práticas de compra estão em constante evolução, as lojas precisam se adaptar e oferecer soluções atrativas para os consumidores, que agora buscam não apenas preços, mas também uma experiência de compra que compense o tempo e o dinheiro investidos.

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