No último sábado, a lista de países que suspenderam a compra de carne de frango do Brasil expandiu-se com a adesão de México, Chile e Uruguai. As três nações decidiram interromper as importações do produto brasileiro devido à identificação de um foco de gripe aviária no município gaúcho de Montenegro, o primeiro registro da doença em aves de granjas no Brasil.
Os impactos da gripe aviária no comércio exterior
Na sexta-feira, China, União Europeia e Argentina já haviam tomado a decisão de suspender as importações de carne de frango e subprodutos de aves de todo o Brasil por conta do alerta relacionado à gripe aviária. Mesmo com os esforços do Ministério da Agricultura e das autoridades do Rio Grande do Sul em isolar o foco e executar planos de contenção, esses países optaram pela suspensão preventiva das compras de aves provenientes do Brasil.
O Japão, um dos maiores importadores de carne de frango do Brasil, decidiu suspender os embarques, embora a restrição se aplique apenas aos produtos originados da cidade de Montenegro.
Confirmações de suspensão e possíveis novas adesões
O Ministério da Agricultura brasileiro confirmou as suspensões realizadas por Chile, Uruguai, Argentina, União Europeia, China e Japão, embora não mencionasse inicialmente o México. Entretanto, por meio de uma nota oficial, o Ministério da Agricultura mexicano também confirmou a suspensão das importações neste sábado.
O governo brasileiro possui expectativas quanto à possibilidade de que os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita venham a anunciar uma suspensão parcial das importações, restringindo-a apenas ao Rio Grande do Sul.
Reações da FAO e segurança alimentar
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) declarou hoje que o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil marca uma nova fase na presença do vírus no país, que anteriormente só havia sido registrado em aves silvestres e de criação caseira. Contudo, a FAO ressaltou que o consumo de carne de frango e ovos continua seguro.
Cada país possui protocolos distintos de reação diante da confirmação de gripe aviária em algum parceiro comercial. Por exemplo, Chile, Uruguai, México, China, União Europeia e Argentina não limitam as restrições a uma região específica do Brasil afetada pela doença. Por outro lado, países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas têm acordos com o Brasil que permitem a regionalização das importações, tornando possível que essas nações deixem de importar carne de frango somente do Rio Grande do Sul.
Consequências econômicas e o futuro das exportações
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços indicam que, de janeiro a abril deste ano, o Brasil exportou a impressionante quantia de US$ 3,7 bilhões em carnes de aves e miúdos, com China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos figurando entre os principais destinos das exportações.
As restrições impostas por esses países representam um desafio significativo para o Brasil, que é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo. A continuidade e recuperação desse setor estarão diretamente ligadas à eficaz contenção do surto de gripe aviária e à retomada da confiança dos seus parceiros comerciais.
À medida que novos desdobramentos se tornam visíveis, o cenário das importações de carne de frango do Brasil deverá ser monitorado de perto. A preocupação das autoridades relacionadas à segurança alimentar, tanto no Brasil quanto nos países importadores, é um fator crucial que modela este delicado equilíbrio entre a saúde pública e o comércio internacional.
