Brasil, 17 de maio de 2025
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PM foragido é alvo de investigação por ligação com milícias no RJ

Após operação do MP, policial militar se encontra foragido por envolvimento com o chamado 'Novo Escritório do Crime'

A criminalidade no Rio de Janeiro ganha novos contornos com a revelação de diálogos entre membros de milícias, evidenciando as ligações entre policiais e organizações criminosas. Um policial militar, identificado como Bruno Marques da Silva, conhecido como “Bruno Estilo”, está foragido após ser alvo de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) relacionada ao que se denomina “Novo Escritório do Crime”. O caso chama a atenção não apenas pela periculosidade da quadrilha, mas também pela infiltração de agentes de segurança nas fileiras do crime organizado.

A operação e as conversas comprometedoras

De acordo com as investigações, Bruno Estilo é acusado de participar ativamente das atividades criminosas desse grupo de extermínio. Durante as escutas, ele se queixa da carga de trabalho excessiva e das “horas extras” que faz para a milícia. Em uma das gravações, Bruno revela sua aspiração de ficar milionário, deixando claro que seu envolvimento com a criminalidade vai além do que normalmente se espera de um membro de forças de segurança.

“Não tô vivendo mais não. Às vezes eu deixo de marcar minhas coisas, de resolver minhas coisas porque p*rra, eu marco um bagulho e aí toda hora tem missão. A meta é ficar milionário!”, diz ele num dos áudios interceptados.

Boto: o ex-chefe de milícia e suas conexões

André Costa Barros, conhecido como André Boto, é considerado o ex-chefe da milícia em Jacarepaguá e está preso desde março de 2021. Durante escutas realizadas em uma operação anterior, ele foi ouvido falando sobre a “fatura” da vida criminosa e aconselhando Bruno a refletir sobre suas escolhas. As conversas entre eles revelam a dinâmica da criminalidade e a mentalidade de quem faz parte desse universo.

Boto afirma: “Uns se dão bem a vida inteira. Para outros, o castigo vem primeiro. Eu estou ganhando meu dinheirinho, mas estou pagando pelo meu erro. Correto? Tu quer viver do crime e não quer a fatura, só quer o cartão de crédito. A fatura é essa aí parceiro.” Esse discurso destaca a visão distorcida que membros de organizações do crime têm sobre suas vidas e consequências.

Conexões perigosas: Thiago “Batata” e o racha nas milícias

As investigações indicam que Thiago Soares Andrade Silva, conhecido como “Batata” ou “Ganso”, também é um dos líderes da organização criminosa que operava com base nas ordens de Boto. Com histórico de homicídios, Thiago está atualmente preso, mas continuava a comandar seus comparsas de dentro da unidade prisional. O Departamento de Inteligência do MPRJ aponta que ele estaria ligado ao bicheiro Rogério Andrade, formando uma rede complexa de interesses e ações violentas.

O MPRJ identificou ao menos dois homicídios que podem ser atribuídos a ordens dadas por Thiago. As execuções de Fábio Romualdo Mendes e Neri Peres Júnior elevaram a notoriedade desse novo Escritório do Crime, refletindo a continuidade do legado violento de grupos anteriores, como o liderado por Adriano da Nóbrega.

Os impactos da gangue na segurança pública

A combinação de forças policiais e atividades criminosas coloca em tela um cenário alarmante para a segurança pública no Rio de Janeiro. Durante a operação, os investigadores reuniram evidências de que os membros da quadrilha estavam envolvidos em sequestros, venda de armas e troca de informações sobre ações de milícias rivais — todas atuladas em uma conjuntura de medo e brutalidade.

Além de Bruno e Thiago, a lista de denunciados inclui outros membros importantes da organização. As investigações estão em andamento e, segundo a assistência da polícia, há um esforço colaborativo para desmantelar não apenas isso, mas outros pontos de resistência que a criminalidade estabelece dentro da sociedade carioca.

Um ciclo vicioso

A ascensão e queda desses criminosos ilustra um ciclo vicioso que permeia as camadas sociais, onde a violência se torna um meio de vida para muitos. Com o fortalecimento e a proteção de aliados influentes, esse novo Escritório do Crime parece disposto a perpetuar seus atos ilícitos. O combate a essas organizações requer esforços incessantes, educação e oportunidades para desmantelar a base que sustenta esse comportamento social desviado.

O futuro da segurança pública no estado depende da desarticulação desses axilas da criminalidade e de repensar políticas de prevenção, inclusão e repressão, buscando alternativas sociais que possam evitar que mais indivíduos entrem nesse círculo vicioso de violência e crime.

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