O alarmante aumento no número de pessoas que sofrem de fome ao redor do mundo foi revelado no recente Relatório de 2025, publicado pela Rede Global Contra a Fome. Atualmente, 14 milhões de indivíduos estão passando por uma grave insegurança alimentar, um cenário que piora em meio à instabilidade econômica global e ao corte de financiamentos para projetos de assistência humanitária. Esta é uma questão que demanda atenção imediata e ações efetivas para garantir o direito à alimentação para todos.
A gravidade da situação alimentar global
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um pronunciamento contundente ao afirmar que “a emergência da fome no mundo é mais que uma falência dos sistemas; é uma falência da humanidade”. O “Relatório Global sobre Crises Alimentares”, publicado anualmente, fornece uma visão abrangente sobre a situação alimentar em diversos países. Guterres destaca que o relatório representa “uma acusação resoluta contra um mundo perigosamente fora de rota”, sublinhando a necessidade urgente de mudança nas políticas de assistência humanitária.
Dados alarmantes do Relatório de 2025
Com informações coletadas de 65 países, a pesquisa indica que mais de 295 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar grave, um aumento significativo em relação ao ano anterior. O crescimento tem sido constante por seis anos consecutivos, segundo Aurélien Mellin, do Departamento de Emergências da FAO. Este aumento é exacerbado por fatores como guerras, mudanças climáticas e desastres naturais. No entanto, a situação foi ainda mais complicada em 2024 com o impacto da redução de financiamentos e assistência, indicando um agravamento contínuo da crise.
Cortes de financiamento e suas consequências
A incerteza econômica global e os cortes nos fundos destinados a programas de cooperação têm contribuído para o aumento da insegurança alimentar. Especialistas alertam que o progresso alcançado em 15 países, onde projetos de assistência agrícola e rural foram implementados, pode ser comprometido. O caso do Afeganistão serve como exemplo: a assistência humanitária conseguiu reduzir o número de pessoas em situação alimentar precária em mais de 4 milhões. Sem suporte contínuo, a situação poderá se deteriorar rapidamente, levando a um aumento significativo nas taxas de fome.
Mulheres e crianças: as mais afetadas
O relatório evidencia que mulheres e crianças são as principais vítimas da crise alimentar, com quase 38 milhões de crianças menores de cinco anos gravemente desnutridas em 26 países. As regiões mais atingidas incluem o Sudão, Iémen, Mali e Faixa de Gaza, todas marcadas por tensões geopolíticas e elevados números de deslocados e refugiados. O descaso com essas populações vulneráveis é alarmante e exige uma resposta global coordenada.
Impactos da instabilidade econômica
Choques econômicos, embora recorrentes, continuam a amplificar a insegurança alimentar. Países que dependem fortemente de importações de alimentos e tecnologia agrícola são os mais prejudicados, devido à desvalorização de suas moedas, preços elevados e altos níveis de endividamento. A guerra na Ucrânia, por exemplo, teve um impacto direto no aumento dos preços dos alimentos, prejudicando ainda mais essas nações. Os cortes em verbas de assistência humanitária ampliam as dificuldades enfrentadas por essas populações, que necessitam urgentemente de ajuda.
Um apelo à ação imediata
A urgência da situação foi reiterada pelas agências responsáveis, que enfatizam a necessidade de uma abordagem humanitária complexa, focada tanto na distribuição de ajuda quanto no desenvolvimento da produção agrícola. A ideia é promover a autossuficiência das comunidades afetadas e assim mitigar os efeitos da crise. É imprescindível que sejam estabelecidas direções econômicas mais justas e eficazes, além da implementação de programas governamentais voltados para a redução e erradicação da fome. Sem essas ações, a fome continuará a ser uma realidade dolorosa para milhões de pessoas.
O Relatório de 2025 é um forte lembrete de que a fome é uma questão que exige uma resposta global robusta e coordenada. Se não forem feitas investidas significativas para mitigar esta crise, o futuro de milhões ainda estará ameaçado.
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