Neste sábado (17), a Fundação Pontifícia Centesimus Annus realiza sua Assembleia Anual de 2025, culminando com uma audiência privada com o Papa e uma Missa na Basílica de São Pedro. Durante a assembleia, temas urgentes como as crescentes desigualdades sociais, o impacto da Inteligência Artificial (IA) e a crise climática foram discutidos, reafirmando o papel da Igreja em promover a unidade em um mundo polarizado.
A economia mundial caracterizada pelas polarizações
O presidente da Fundação, Paolo Garonna, destacou que a economia global está profundamente afetada pela geopolítica, evidenciando crises interligadas, como a energética e a climática. Segundo Garonna, “nós vivemos em um mundo de polarizações na economia, na sociedade, nas relações internacionais”. Ele ressaltou a importância da mensagem da Igreja: “superar as polarizações” e promover a unidade. Garonna propõe um compromisso ativo para entender e implementar ferramentas que ajudem a superação das divisões presentes na sociedade.
Europa em dificuldade no cenário mundial
No contexto internacional, a Europa enfrenta desafios significativos, com cerca de sessenta conflitos em andamento, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza. Em resposta, a União Europeia iniciou um ambicioso plano de rearmamento, destinando 150 bilhões de euros para impulsionar investimentos em defesa. Garonna observou que a Europa, embora seja uma potência econômica, ainda luta para se afirmar politicamente no cenário global. “A Europa precisa enfrentar seus problemas e se unir em torno de uma voz comum para se defender”, afirmou ele.
A IA não é um substituto do ser humano
Outro ponto de destaque foi o impacto da Inteligência Artificial nas dinâmicas de trabalho. Estima-se que até 40% das profissões poderão ser afetadas pela IA, levando à extinção de algumas, como a de contadores e analistas financeiros. Giovanni Marseguerra, coordenador do comitê científico da Fundação, alertou que “a IA é uma extraordinária inovação tecnológica que traz tanto oportunidades quanto riscos”. Ele ressaltou a necessidade de regulamentação adequada para abordar as questões emergentes, enfatizando o perigo da “delegação cognitiva”, que pode substituir o raciocínio humano por caminhos automáticos de decisão.
Marseguerra falou sobre a natureza dual da IA, reconhecendo que ela poderia melhorar a eficiência organizacional, mas alertou que o verdadeiro risco está em relegar o pensamento crítico às máquinas. “É absolutamente necessário que a inteligência artificial seja utilizada colocando o homem no centro, com sua criatividade e capacidade de gerenciar a complexidade”, concluiu, sublinhando a relevância do envolvimento humano na aplicação de tecnologias inovadoras.
A Assembleia da Fundação Centesimus Annus, portanto, expõe uma análise crítica das relações econômicas e sociais contemporâneas, oferecendo uma plataforma para diálogos sobre como navegar em um ambiente de intensa polarização e desigualdade. Com tópicos que vão desde as crises climática e econômica até os desdobramentos da Inteligência Artificial, espera-se que os participantes saiam da reunião com diretrizes e inspirações para promover um futuro mais equitativo.
Por fim, a mensagem central da assembleia ressoa a urgência de ação coletiva e responsabilidade compartilhada na busca por um mundo mais justo e unido. Assim, a Fundação reafirma seu papel como um agente de transformação e esperança para a sociedade global.
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