Brasil, 17 de maio de 2025
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A doutrina social da Igreja como solução para polarizações globais

A Doutrina Social da Igreja pode ajudar a superar divisões e fortalecer a governança global, defende o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.

A Doutrina Social da Igreja, fundamentada nos princípios da “dignidade de cada pessoa” e do “bem comum”, emerge como uma possível solução para superar as polarizações que afetam as sociedades contemporâneas. Essa reflexão foi apresentada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante uma conferência internacional organizada pela Fundação Centesimus Annus – Pro Pontefice no dia 16 de maio, destacando a criação de um diálogo construtivo em tempos de divisão.

A Doutrina Social como框架

Em sua fala, o cardeal Parolin enfatizou que a Doutrina Social da Igreja não oferece “soluções rápidas ou promessas utópicas”, mas um “quadro sem tempo” para lidar com os desafios atuais. “Estamos diante de uma encruzilhada, marcada por divisões políticas, culturais e ideológicas”, afirmou ele. Os problemas globais como mudanças climáticas, desigualdades econômicas e conflitos migratórios exigem cooperação internacional, mas, frequentemente, a desconfiança e a fragmentação dominam.

De acordo com Parolin, o patrimônio social da Igreja é “enraizado no Evangelho e em séculos de reflexão” e serve como uma “bússola moral para construir sociedades justas”. Ele ressaltou a importância de reconhecer que cada indivíduo tem um papel crucial na sociedade: “somos chamados a viver como irmãos e irmãs, e nosso mundo é um dom a ser cuidado”.

Superando a mentalidade “nós contra eles”

O cardeal criticou a polarização existencial que caracterizam as interações humanas atualmente, dizendo: “Seja populismo contra globalismo, tradição contra progresso, ou direita contra esquerda, estamos vivendo em um clima de divisões que tende a se amplificar nas redes sociais”. Ele destacou como as pessoas se apegam a suas próprias versões da verdade, rejeitando alternativas como se fossem inimigas.

A Doutrina Social da Igreja, segundo ele, busca transcender essas diferenças e promover um diálogo baseado na humildade e na busca pela verdade. Citando a encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco, Parolin expôs que o ensinamento social da Igreja convida à “solidariedade”, uma atitude que vai além de um mero slogan: “Reconhecer nossa humanidade compartilhada é essencial em tempos de crise”.

Solidariedade em tempos de crise

O cardeal citou a pandemia de Covid-19 como um exemplo do quanto a solidariedade é vital. Durante a crise, os países ricos acumularam vacinas enquanto os países em desenvolvimento enfrentaram dificuldades, mostrando uma clara desigualdade. “A verdadeira solidariedade priorizaria um acesso equitativo às vacinas, pois um mundo saudável é benéfico para todos”, argumentou.

Além disso, a crise ambiental também foi mencionada como uma questão que não conhece fronteiras nem ideologias, podendo servir como um ponto de convergência para reduzir polarizações. Parolin sugeriu que tanto conservadores quanto progressistas se unissem em iniciativas de reflorestamento e uso de energia renovável, focando em esforços comuns para a salvação do planeta.

Fortalecendo a governança global

O cardeal Parolin também discutiu como a Doutrina Social da Igreja pode ser uma ferramenta vital para fortalecer a governança global, que atualmente enfrenta uma crise de legitimidade. “A governança não se resume a burocracia; é sobre organizar nossas sociedades em direção à justiça, à paz e ao bem-estar”, afirmou. Para a Igreja, a dignidade não é uma questão negociável, e cada indivíduo deve ser considerado um ser humano valorizado.

Ele ressaltou que a governança global deve priorizar os mais vulneráveis – refugiados, pobres, idosos e nascituros – ao invés de se concentrar apenas no poder econômico. Todo esforço deve ser direcionado ao “bem comum”, equilibrando direitos individuais e responsabilidades coletivas: “Guerras comerciais, acúmulo de vacinas e exploração de recursos prejudica o bem comum e divide as nações”, advertiu Parolin.

Ao final, Parolin sublinhou a necessidade de um equilíbrio entre “subsidiariedade” e “solidariedade”, evitando que a governança se torne ou centralizada demais ou fragmentada, o que poderia levar a soluções autoritárias ou ineficazes.

A reflexão promovida pelo cardeal procura inspirar um compromisso coletivo em busca de um mundo mais justo e solidário, onde a Doutrina Social da Igreja se posicione como um farol moral diante dos desafios globais que todos enfrentamos.

Para mais informações, acesse a fonte original aqui.

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