Após um intenso dia de articulações políticas nos bastidores do futebol, Samir Xaud, presidente da Federação de Futebol de Roraima, esboça-se como o principal candidato nas eleições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que ocorrerão no próximo dia 25. Com o apoio significativo de 19 das 27 federações e a indicação do interventor Fernando Sarney, a candidatura de Xaud ganha força em um cenário tumultuado após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, que respondia pela presidência da entidade.
Apoios e Desafios na Candidatura de Xaud
Xaud não é apenas o favorito por sua posição nas federações, mas também possui a benção do influente ministro Gilmar Mendes, que já demonstrou apoio à sua nomeação. Mendes se tornou uma figura clave no recente reordenamento da CBF, especialmente após a decisão da Justiça do Rio, que afastou Rodrigues. Contudo, é importante notar que a sua inexperiência nas lides da CBF gera certa resistência entre clubes da Série A, que temem a falta de experiência do candidato.
A postura crítica de alguns clubes da elite do futebol brasileiro reflete uma preocupação sobre as decisões que serão tomadas sob nova liderança. Xaud, de 41 anos, é filho de Zeca Xaud, que por décadas comandou a Federação de Futebol de Roraima e que, apesar de sua vasta experiência, não trouxe clubes para as três primeiras divisões do Brasileirão. Essa situação levanta questões sobre como Xaud poderá lidar com as demandas de um cenário mais complexo e desafiador.
No entanto, o apoio que Xaud consegue reunir entre as federações estaduais e a influência de Mendes traz um alicerce importante à sua candidatura. Outro ponto a considerar é que a decisão sobre o recurso de Rodrigues no Supremo Tribunal Federal (STF) está sob a avaliação do Ministro Gilmar Mendes, que já sinalizou que o pedido de retorno ao cargo não deve ser aceito, reforçando ainda mais a posição de Xaud.
Expectativas para a Eleição da CBF
Com a proximidade da eleição marcada para o dia 25, a expectativa é que o novo presidente da CBF já receba o renomado técnico Carlo Ancelotti no dia seguinte. O interventor Fernando Sarney, responsável por organizar o calendário da assembleia eleitoral, enfatizou que a posse do novo presidente ocorrerá imediatamente após o pleito, dando início a um novo ciclo para a entidade.
O mandato, que terá validade de quatro anos, iniciará em 25 de maio de 2025 e se estenderá até 24 de maio de 2029. Além da eleição para a presidência, os membros da assembleia também vão definir os oito novos vices e três membros efetivos, além de três suplentes do Conselho Fiscal da CBF. O processo de eleições, que promete ser um dos mais conturbados da história recente do futebol brasileiro, começará às 10h30 na sede da CBF.
O Processo Eleitoral Explicado
A assembleia exigirá a presença de pelo menos metade mais um dos representantes das federações e clubes para que a eleição siga normalmente. Se essa condição não for atendida, uma segunda chamada será convocada para 11h30, com quorum reduzido. O colégio eleitoral será formado pelos presidentes das 27 federações estaduais e representantes dos 40 clubes das Séries A e B. É importante destacar que o poder de voto de cada grupo é diferenciado; os presidentes das federações terão um peso 3, os clubes da Série A, peso 2, e os clubes da Série B, peso 1.
Com tantas variáveis em jogo, a eleição se revela como um divisor de águas para o futebol brasileiro, onde os desafios e as expectativas estão nas mãos de Samir Xaud e de outros concorrentes que buscam uma nova direrção para a CBF. A comunidade esportiva está atenta a cada movimento e decisão, na esperança de que o futuro reserva um futebol mais forte e coeso.