Brasil, 16 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Policial federal confessa planos de golpe contra Lula e Moraes

Áudios revelam que o policial Wladimir Soares estava “preparado” para prender o ministro Alexandre de Moraes e impedir a posse de Lula.

Em um audível desabafo, o policial federal Wladimir Soares, acusado de participar de um complô golpista, revelou em gravações que estava “preparado” para prender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, além de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O agente se encontra preso desde novembro pelo envolvimento em uma suposta organização criminosa que tentou executar um golpe de Estado durante a transição de governo em 2022.

O cenário do golpe

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Soares e mais onze pessoas, classificadas como parte do “núcleo 3” do plano golpista, cuja acusação será julgada no STF na próxima semana. O policial disse que os planos de ação não foram executados por falta de “pulso” do então presidente Jair Bolsonaro, que não teria autorizado a operação.

No áudio divulgado, que ocorreu em 2 de janeiro de 2023, Soares menciona sua disposição em participar de uma “equipe de operações especiais” que atuaria em defesa de Bolsonaro. Ele afirma: “A gente estava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe.” A gravação deixa claro o clima de planejamento interno entre os golpistas.

Descontentamento com os generais

Na mesma conversa, Wladimir Soares revelou ainda que ele e outros membros se sentiam traídos devido à falta de apoio dos generais do Exército, que se opuseram ao plano golpista. “Só que o presidente deu para trás, porque na véspera que a gente ia agir, o presidente foi traído dentro do Exército”, afirmou Soares, identificando a recusa dos generais como um fator decisivo.

Além disso, o áudio expõe uma crítica interna onde Soares lamenta que Bolsonaro não conseguiu reunir os “jogadores certos” para executar o plano. Ele destacou que apenas o comandante da Marinha endossou plenamente o golpe, enquanto os demais “tiraram o corpo fora”.

A reação da polícia e o conteúdo dos áudios

A Polícia Federal apreendeu o celular de Soares em novembro, e na semana seguinte enviou um relatório ao STF com detalhes das mensagens contidas no aparelho. As conversas incluem discussões sobre tentativas de sequestrar Moraes e até matar pessoas durante a execução do golpe.

“A gente ia com muita vontade, a gente ia empurrar meio mundo de gente. Matar meio mundo de gente. Estava nem aí já, cara”, diz Soares em uma das conversas interceptadas, evidenciando o grau de violência que o grupo estava disposto a empregar.

Impedimentos para a posse de Lula e outras revelações

Em outro trecho da conversa, Soares afirmou que havia um entendimento de que a posse de Lula não ocorreria, mencionando que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não se preparou para a solenidade porque acreditavam que não existiria posse, uma ideia reforçada pela suposta falta de apoio de generais, que teriam sido superados por coronéis que queriam seguir adiante com o plano.

Defesa do policial e consequências judiciais

A defesa de Wladimir Soares, ao responder à denúncia da PGR, alegou que não há provas concretas que comprovem sua participação em um plano golpista, apesar das gravações e evidências coletadas pela PF. Para eles, essas denúncias sequer evidenciam a intenção de realizar um ato contra autoridades ou o Estado Democrático de Direito.

O desdobramento desse caso continua em aberto, e a análise dos áudios pelo STF poderá revelar mais sobre a intenção de certos agentes durante um período turbulento da política brasileira.

A importância das investigações no contexto atual

Esse episódio é mais um tombo na complexa e tensa relação entre os diversos setores da política brasileira. A PGR e a PF têm atuado incisivamente para trazer à luz os planos e práticas que colocaram em risco a democracia do país. Em tempos onde a polarização é acentuada, a revelação de tais conversas é um alerta sobre os limites que alguns estão dispostos a ultrapassar em nome de suas convicções e interesses.

Enquanto as investigações continuam, todo o Brasil aguarda com expectativa as próximas movimentações jurídicas que podem definir um novo capítulo na história política do país.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes