Brasil, 16 de maio de 2025
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Moody’s rebaixa nota de crédito soberano dos Estados Unidos

A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta sexta-feira uma mudança significativa na nota de crédito soberano dos Estados Unidos, rebaixando-a de “AAA” para “Aa1”. Esta decisão, considerada um marco na avaliação financeira do país, levanta questões sobre o futuro econômico e fiscal da maior economia do mundo.

Motivos para o rebaixamento

Conforme detalhado em seu relatório, a Moody’s justificou o rebaixamento citando um aumento persistente no endividamento do governo americano ao longo da última década. O nível atual de endividamento está muito acima daqueles observados em outros países com classificações similares, o que levou à revisão. A agência também destacou a falta de progresso em discutir e implementar medidas que possam conter o déficit fiscal, que se mostra elevado e com custos crescentes de juros.

Os dados fornecidos pela Moody’s revelam que, com o atual ritmo de gastos, os pagamentos de juros federais deverão ocupar cerca de 30% da receita pública até 2035, contrastando com apenas 18% em 2024 e 9% em 2021. Essa comparação com outros países também é alarmante, já que nações de alta classificação investem cerca de 1,6% de suas receitas em juros.

A agência reiterou que os debates em andamento sobre a gestão das finanças públicas não parecem promissores, com poucas perspectivas de que resultem em verdadeiras reduções nos gastos obrigatórios e nos déficits orçamentários ao longo dos anos. Com isso, o grau de classificação dos Estados Unidos cai do nível “prime”, considerado o mais alto, para um nível “high grade”, ainda considerado elevado, mas claramente inferior ao anterior.

Um marco histórico

Vale lembrar que a Moody’s era a última das três principais agências de classificação de risco a manter a nota máxima “AAA” para a dívida dos EUA, uma classificação que estava em vigor desde 1917. Antes da Moody’s, a Fitch e a S&P já haviam rebaixado suas avaliações em 2023 e 2011, respectivamente, o que indicava um movimento de desconfiança em relação à saúde financeira norte-americana.

Projeções e a perspectiva futura

Apesar do rebaixamento, a Moody’s não prevê um risco imediato de uma nova revisão negativa da nota. A agência considera a perspectiva econômica dos EUA como “estável”, em parte devido à longa história de políticas monetárias eficazes, conduzidas por um Federal Reserve (banco central) independente. No entanto, essa independência tem sido ameaçada por declarações do ex-presidente Donald Trump, que colocou em dúvida o respeito à autonomia do Fed, criando incertezas no cenário econômico.

Adicionalmente, a Moody’s mencionou que reformas fiscais que possam reverter a deterioração da capacidade de pagamento da dívida do governo poderiam trazer os EUA de volta ao grau máximo. No entanto, a agência observou que se ocorrerem deteriorações mais rápidas e intensas nas condições econômicas, isso poderia levar a uma pressão negativa sobre a classificação atual. Um dos riscos identificados é uma possível saída acelerada de investidores de ativos denominados em dólar, embora essa situação seja considerada menos provável.

O impacto sobre a economia americana

A Moody’s também alertou que o enfraquecimento da eficácia das políticas públicas e a força das instituições podem comprometer ainda mais o perfil de crédito dos Estados Unidos. A deterioração do crescimento econômico ou choques financeiros podem ser acionadores para um novo rebaixamento no futuro, o que seria um golpe significativo para a credibilidade financeira do país.

O rebaixamento da classificação de crédito representa um sinal de alerta para os formuladores de políticas e para os cidadãos, sublinhando a necessidade de ações corretivas para estabilizar a economia e assegurar que os Estados Unidos mantenham uma posição sólida no cenário econômico global. Portanto, a resposta do governo e a formulação de políticas públicas eficazes nos próximos anos serão cruciais para determinar a direção futura da economia americana.

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