No dia 16 de maio, Mogi das Cruzes foi palco de uma significativa homenagem às pioneiras da saúde mental no Brasil, Nise da Silveira e Ivone Lara. A mostra “Ivone e Nise”, idealizada por Mariana Da Matta e outros colaboradores, foi uma atualização do legado dessas duas mulheres, símbolos da luta antimanicomial e da busca por uma atenção psicossocial mais humanizada.
O legado de Ivone e Nise na saúde mental
Nise da Silveira, uma renomada psiquiatra e artista, e Ivone Lara, uma das figuras mais importantes do cuidado em saúde mental, deixaram um legado inestimável. Ambas lutaram contra a desumanização e a exclusão dos pacientes em tratamentos psiquiátricos, propondo uma atenção mais digna e inclusiva. Mariana Da Matta enfatiza que a oficina realizada durante a mostra buscou trazer à tona as práticas dessas fundadoras, adaptadas às necessidades contemporâneas dos usuários da Rede de Atenção Psicossocial (Raps).
A oficina e seu significado
A oficina, uma das principais atividades da programação, foi concebida com o intuito de resgatar e atualizar as práticas terapêuticas que Ivone e Nise defendiam. Mariana deixou claro que a intenção era não apenas relembrar essas figuras históricas, mas também promover um espaço onde as práticas de cuidado fossem vividas e experimentadas pelos participantes.
Cortejo pela luta antimanicomial
O evento culminou em um cortejo que simbolizou a jornada e a luta dos que buscam dignidade nos tratamentos de saúde mental. Este momento de celebração trouxe à vista a resistência e a solidariedade que marcam a luta antimanicomial, proporcionando uma oportunidade de visibilidade e respeito aos usuários da saúde mental. O cortejo se tornou uma manifestação cultural e política, unindo pessoas em torno de uma causa comum.
Importância da luta antimanicomial no Brasil
A luta antimanicomial no Brasil se consolidou na década de 1980 e, desde então, tem promovido a transformação do atendimento psiquiátrico. A proposta é que a saúde mental seja tratada em um contexto de cuidado, onde a convivência e inclusão social dos indivíduos sejam priorizadas. O trabalho contínuo de figuras como Nise e Ivone, além das novas gerações de profissionais, assegura que essa luta permaneça viva, adaptando-se às novas demandas e desafios que surgem.
A relevância da mostra em Mogi das Cruzes
Realizada em Mogi das Cruzes, a mostra “Ivone e Nise” é uma iniciativa que vai além de uma simplesexibição de obras e práticas. Ela se perfaz como um espaço de aprendizado e reflexão sobre a saúde mental e o papel da sociedade na promoção de um atendimento humanizado. Esse tipo de evento reforça a necessidade de diálogo e educação na área, fundamental para desconstruir estigmas e preconceitos que ainda persistem.
Expectativas para o futuro
Com a realização de eventos como a mostra, espera-se que a discussão sobre saúde mental continue ganhando espaço na sociedade. O reconhecimento do trabalho de Ivone e Nise é apenas o começo de uma jornada que visa a transformação da maneira como a saúde mental é percebida e tratada no Brasil. Iniciativas que buscam promover a inclusão e a dignidade dos indivíduos são cruciais, e eventos como este oferecem uma plataforma significativa para a continuidade dessa luta.
Em resumo, a mostra “Ivone e Nise” não apenas honrou o passado, mas também lançou luz sobre o futuro da saúde mental no Brasil, reafirmando que a luta por direitos e dignidade continua a ser uma prioridade. Assim, a memória dessas mulheres se torna mais do que um tributo: é um chamado à ação para todos nós.