Brasil, 16 de maio de 2025
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Falta de infraestrutura hospitalar obriga mães a parirem fora de Belford Roxo

Um estudo recente do IBGE revela que quase 80% das mães de Belford Roxo realizam partos em outras cidades devido à precariedade dos serviços de saúde.

Os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (16) revelam um grave problema enfrentado por gestantes em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Aproximadamente 79,5% dos partos realizados na cidade ocorrem fora do município de residência das mães. Essa situação alarmante destaca a falta de infraestrutura hospitalar e a precariedade da rede de saúde local, forçando as gestantes a buscarem atendimento em outras cidades, como a capital, Rio de Janeiro.

Dados alarmantes sobre os partos fora de Belford Roxo

Os dados fazem parte dos levantamentos “Estatísticas do Registro Civil 2023” e “Estimativas de Sub-Registro de Nascimentos e Óbitos 2023”, que mostram que, em comparação com a média nacional de 33,9%, a situação em Belford Roxo é ainda mais crítica. Com uma população estimada em 483.087 habitantes, a cidade apresenta o maior índice de partos realizados fora do município entre localidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes.

Esse percentual elevado indica não apenas uma carência de leitos hospitalares, mas também a falta de maternidades adequadas para atender à demanda das gestantes. A pesquisa do IBGE ressalta que a realidade de Belford Roxo é semelhante à de cidades menores: em municípios com até 5 mil habitantes, por exemplo, 92,8% das gestantes precisam se deslocar para dar à luz.

A concentração de serviços de saúde na região

Um dos principais fatores que contribuem para essa realidade é a concentração de hospitais e maternidades em grandes centros urbanos. Na Região Metropolitana do Rio, cidades como Belford Roxo e Nova Iguaçu enfrentam uma significativa carência de infraestrutura de saúde. Esta situação sobrecarrega os serviços públicos e obriga as famílias a se deslocarem para a capital, onde os serviços de saúde já estão saturados.

Além da preocupação com o transporte e a qualidade do atendimento, esse deslocamento pode impactar a saúde tanto das mães quanto dos recém-nascidos, especialmente em casos de emergência obstétrica.

Desvendando as estatísticas de nascimentos em 2023

Os dados de 2023 indicam também uma redução de 0,7% no número de nascimentos em relação a 2022, seguindo uma tendência de queda que começou antes da pandemia. Entre 2018 e 2023, o Brasil registrou 345 mil nascimentos a menos. A Região Sudeste, onde Belford Roxo está localizado, é a que apresenta o maior percentual de mães acima de 30 anos, correspondendo a 39% dos partos. Este fato é associado ao maior acesso a políticas de planejamento familiar.

Além disso, a pesquisa revelou que 98,9% dos partos no Brasil ocorreram em hospitais, embora 11,8% dos nascimentos sejam de mães adolescentes. A disparidade regional é marcante: no Norte do Brasil, 18,7% dos partos são realizados por mães com até 19 anos, enquanto no Distrito Federal essa taxa é de apenas 7,3%.

A mudança no perfil das mães no Brasil

Outro aspecto relevante identificado no levantamento é a mudança no perfil das mães ao longo das duas últimas décadas. Entre 2003 e 2023, notou-se um aumento significativo na representatividade dos nascimentos gerados por mães mais velhas. O percentual de mães com idades entre 30 e 34 anos aumentou de 14,6% para 21,0%, enquanto para mães de 35 a 39 anos, o aumento foi de 7,2% para 13,7%.

Essas mudanças demográficas refletem transformações sociais e econômicas mais amplas que impactam o comportamento reprodutivo das mulheres no Brasil.

A realidade apresentada pelos dados do IBGE destaca a urgência de investimentos na rede de saúde de Belford Roxo para garantir que as gestantes tenham acesso a atendimento local digno e seguro. A falta de infraestrutura hospitalar não é apenas uma questão de estatísticas, mas, acima de tudo, uma questão de vidas que estão em jogo.

Com isso, conclui-se que o desafio de prover saúde adequada para as mães de Belford Roxo é não apenas uma necessidade imediata, mas uma obrigação para que a cidade possa oferecer a qualidade de vida que todos os seus cidadãos merecem.

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