O Crystal Palace vive um momento decisivo em sua história. Neste sábado (17), a equipe londrina enfrenta o Manchester City na final da Copa da Inglaterra, buscando conquistar um título inédito. No entanto, essa grande ocasião não é suficiente para amenizar a insatisfação dos torcedores com John Textor, o principal investidor do clube, que também é conhecido por sua atuação no Botafogo.
A história do Crystal Palace e a chegada de Textor
Para entender a relação conturbada entre Textor e a torcida, é preciso conhecer um pouco mais sobre o passado turbulento do Crystal Palace. No final da década de 2000, o clube enfrentou uma crise financeira sem precedentes, chegando a ser colocado sob administração judicial. A consequência dessa crise foi a perda de vários jogadores e uma situação esportiva alarmante.
A reestruturação do clube começou em 2010, quando um grupo de torcedores, liderado por Steve Parish, decidiu comprar o Crystal Palace. Parish ainda está à frente da equipe, detendo apenas 10% das ações, mas seu papel como figura central na administração trouxe estabilidade ao clube, que se consolidou na Premier League e superou seus problemas financeiros.
O papel de John Textor e a falta de conexão com a torcida
A entrada de John Textor no Crystal Palace ocorreu em 2021, quando ele adquiriu 40% das ações do clube. Essa compra permitiu que Textor passasse a ter um influente papel dentro do clube, mas também trouxe à tona a sensação de distanciamento entre ele e a comunidade local. O executivo americano já demonstrou interesse em vender sua participação no Crystal Palace, o que pode agravar ainda mais a relação entre ele e os torcedores.
O comentarista da ESPN, Mário Marra, analisou essa diferença de percepção. Segundo ele, “a torcida do Crystal Palace vê o Steve Parish como ‘o cara’, o grande líder. O Textor é visto como um investidor. Não como alguém do sul de Londres, como alguém que entenda do que é ser de Brixton. Então é uma relação mais fria.” Essa frieza pode ser vista nas arquibancadas do Selhurst Park, onde, durante a temporada passada, torcedores expressaram seu descontentamento com faixas, como a que dizia: “Potencial desperdiçado dentro e fora de campo. Decisões ruins nos fazendo retroceder”.
As manifestações da torcida e a situação atual
No ano anterior, durante uma partida contra o Manchester United, a mensagem foi ainda mais direta. Uma faixa exibida no estádio dizia: “Propriedade de múltiplos clubes; apostas no mercado de ações; Textor, não confiamos em você”. Esses exemplos demostram a crescente desconfiança da torcida em relação à gestão do investidor americano.
Atualmente, além do Crystal Palace e do Botafogo, John Textor possui participações em outros clubes, como o Molenbeek, da Bélgica, e o Lyon, da França. Recentemente, ele manifestou interesse em vender sua parte no Crystal Palace para investir no Everton, rival do clube na Premier League, o que certamente pode gerar ainda mais ceticismo entre os torcedores.
O futuro de Textor no Crystal Palace
Com a final da Copa da Inglaterra se aproximando, a decisão deste sábado pode ser crucial para Textor. Um triunfo diante do Manchester City não apenas representaria a conquista de um título inédito, mas também poderia ser um momento de redenção para a relação entre ele e a torcida. Para um clube que passou por tantas dificuldades financeiras e administrativas, conquistar um troféu sob a gestão de um investidor questionado pode ser uma experiência ambivalente.
Os próximos passos de Textor no Crystal Palace continuam incertos. Resta saber se a equipe conseguirá romper com a desconfiança e se o apoio dos torcedores poderá ser reconquistado, especialmente em um dia tão importante como a final da Copa da Inglaterra.
Com um cenário como esse, o apoio da torcida é fundamental para que o Crystal Palace siga firme em sua trajetória e busque novos e audaciosos objetivos dentro e fora de campo.