Brasil, 16 de maio de 2025
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Aumento do desemprego no Nordeste reflete economia frágil

Com o desemprego alcançando 7% no primeiro trimestre, a situação no Nordeste é alarmante, com taxas bem acima da média nacional.

O primeiro trimestre deste ano revelou um aumento preocupante na taxa de desemprego do Brasil, que chegou a 7%. Os estados nordestinos, como de praxe, foram os primeiros a sentir os efeitos dessa alta. De acordo com os dados mais recentes, cinco dos doze estados que registraram elevação nas taxas de desocupação são da região. Historicamente, o Nordeste apresenta taxas de desemprego superiores à média nacional, e a situação atual não é diferente. As três maiores taxas do país foram observadas em Pernambuco, com 11,6%, seguido pela Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). Esses números refletem uma economia caracterizada pela falta de diversificação e pelo baixo nível de escolaridade da população.

Impactos no mercado de trabalho no Nordeste

A especialista Janaina Feijó, pesquisadora na área de Economia Aplicada da FGV, aponta que a elevação da taxa de desemprego, combinada com a queda do saldo de empregos formais registrado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), indica um arrefecimento nas dinâmicas do mercado de trabalho nos próximos trimestres. Em estados com economias menos diversificadas, a recessão tem um impacto muito mais severo. A predominância do trabalho informal e a baixa escolaridade colaboram para que a população mais vulnerável seja a primeira a perder seu emprego, enfatiza Feijó.

Os dados são preocupantes especialmente considerando que o aumento contínuo na taxa de juros, que chegou a 14,75% recentemente, pode agravar ainda mais a desocupação nos próximos períodos. Esses fatores se entrelaçam, criando um ciclo difícil de romper, que pode afetar a recuperação da região.

Taxas de desemprego por estado

A seguir, confira as taxas de desemprego observadas em alguns estados que enfrentaram um crescimento significativo nas taxas de desocupação:

  • Piauí: de 7,5% para 10,2%
  • Amazonas: de 8,3% para 10,1%
  • Pará: de 7,2% para 8,7%
  • Ceará: de 6,5% para 8%
  • Pernambuco: de 10,2% para 11,6%, a maior taxa entre todos os estados
  • Minas Gerais: de 4,3% para 5,7%
  • Maranhão: de 6,9% para 8,1%
  • Rio Grande do Norte: de 8,5% para 9,8%
  • Rio de Janeiro: de 8,2% para 9,3%
  • Mato Grosso: de 2,5% para 3,5%
  • Paraná: de 3,3% para 4%
  • Rio Grande do Sul: de 4,5% para 5,3%

O futuro do mercado de trabalho no Nordeste

É crucial discutir as perspectivas para a taxa de desocupação nos próximos trimestres. Especialistas acreditam que a conjuntura da economia e suas flutuações irão refletir diretamente nas oportunidades de trabalho. Janaina Feijó menciona que a taxa de desemprego deve refletir com mais clareza os impactos das altas taxas de juros, tornando ainda mais urgente a necessidade de um planejamento econômico que favoreça a diversificação e melhore o acesso à educação na região.

Esse cenário de desemprego desproporcionalmente alto no Nordeste destaca a dinâmica desigual do mercado de trabalho brasileiro. Políticas públicas efetivas são fundamentais para promover a inclusão e a capacitação da população, visando não apenas a redução da taxa de desemprego, mas também a construção de uma economia mais robusta e resiliente.

Por fim, o aumento do desemprego no Nordeste é um chamado à ação tanto para os gestores públicos quanto para a sociedade civil. O enfrentamento a essa realidade deve ser coletivo, visando um futuro onde a oferta de empregos dignos e acessíveis seja uma realidade para todos os brasileiros.

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