Brasil, 16 de maio de 2025
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Atraso de Infantino em congresso da Fifa gera crise diplomática

Retardo de mais de duas horas do presidente da Fifa provoca protesto da Uefa e tensiona relações no futebol mundial.

Um recente incidente diplomático está envolvendo a cúpula do futebol internacional. O atual presidente da Fifa, Gianni Infantino, enfrentou forte oposição e críticas da Uefa, a principal confederação europeia, após um atraso de mais de duas horas em sua chegada ao congresso da entidade, realizado nesta semana em Luque, no Paraguai. O evento, que estava marcado para iniciar às 10h30, teve o seu protagonista atrasado até as 12h47 — um descompasso que levantou questionamentos sobre as prioridades de liderança no mundo do futebol.

Críticas à atuação de Infantino

Infantino, que tem 55 anos, alegou que sua presença em uma missão diplomática no Oriente Médio ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era de vital importância para o futebol. Porém, essa justificativa não convenceu a Uefa, que, segundo a rede BBC, criticou o dirigente por priorizar “interesses políticos privados” em detrimento das pautas do futebol. A indignação culminou na decisão de Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, de liderar um grupo de delegados que se retirou da plenária durante um dos intervalos do congresso, evidenciando a insatisfação dos europeus.

De acordo com a Uefa

Em um comunicado oficial, a Uefa considerou “profundamente lamentável” a modificação de última hora na agenda do congresso. “O congresso da Fifa é um dos encontros mais importantes do futebol mundial. Alterar o calendário para atender apenas a interesses políticos privados não presta nenhum serviço ao jogo”, afirmou a entidade em nota. Essa declaração reflete um sentimento mais amplo de descontentamento que se espalhou por outras confederações, como a Concacaf, que também afastou seus representantes do evento.

Uma tentativa de apaziguamento

Para tentar minimizar a crise, o secretário-geral da Fifa, Mattias Grafstrom, se esforçou para acalmar os ânimos. Ele destacou a importância dos assuntos abordados durante o congresso e reafirmou o bom relacionamento da Fifa com a Uefa e os dirigentes europeus. “O presidente explicou os motivos do seu atraso. Ele tinha assuntos importantes para tratar e tivemos um ótimo congresso aqui”, disse Grafstrom, buscando evitar um prolongamento da tensão.

A situação é emblemática no contexto atual do futebol, onde interesses políticos muitas vezes colidem com as necessidades de gestão e organização do esporte. A falta de alinhamento entre as grandes confederações pode ser vista como um sinal de um ambiente cada vez mais fragmentado, onde as linhas entre o esporte e a política estão se tornando cada vez mais tênues.

Mais do que um mero atraso, o episódio testemunha a crescente disputa de influência em um cenário global, onde a diplomacia pode não ser tão eficaz quanto as medidas diretas e responsabilidades compartilhadas. Como a Uefa continuará a responder às ações da Fifa está ainda por se determinar, mas uma coisa é clara: a questão da ética e das prioridades está se tornando cada vez mais relevante nas discussões sobre o futuro do futebol mundial.

Reflexões sobre o futuro das relações no futebol

Enquanto o clima diplomático entre a Fifa e a Uefa permanece tenso, o ambiente nos próximos eventos será observado com atenção. As consequências do atraso de Gianni Infantino podem repercutir em outras questões que envolvem a governança do futebol, especialmente em um momento onde a competição por interesses políticos e financeiros é intensa. O futebol, que sempre foi visto como uma ponte entre culturas e nações, agora enfrenta o desafio de permanecer acima das divisões políticas que insistem em invadir o seu espaço.

O congresso da Fifa deverá proporcionar um palco para que as confederações discutam não apenas questões logísticas e administrativas, mas também a ética que deveria guiar o futebol no século XXI. Resta saber se haverá uma recuperação das relações e se um ambiente mais colaborativo pode ser novamente cultivado, ou se este significativo desencontro será apenas o primeiro de muitos desentendimentos futuros.

Esse episódio é um lembrete de que as virtudes do esporte podem ser ofuscadas por interesses que, embora legítimos em outros campos, têm o potencial de serem prejudiciais ao espírito do futebol.

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