Brasil, 15 de maio de 2025
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Problemas no voto à distância em Portugal afetam eleitores no Brasil

Milhares de eleitores em Portugal enfrentam dificuldades para votar, com cédulas que chegam atrasadas, especialmente no Brasil.

Com a proximidade das eleições para primeiro-ministro e deputados do Parlamento de Portugal, uma situação complicada se desenha para milhares de eleitores, especialmente aqueles residentes fora do país. A falta de urnas eletrônicas e os problemas de envio das cédulas têm gerado preocupações sobre a possibilidade de exercer o direito ao voto na data programada. Sem contar com a tecnologia das urnas eletrônicas, o processo se torna ainda mais vulnerável a atrasos e falhas.

Atrasos nas cédulas de votação

Recentemente, foram enviadas aproximadamente 1,58 milhão de cédulas a eleitores portugueses e estrangeiros com cidadania portuguesa, que estão aptos a votar por correspondência. Destes, apenas 209 mil completaram a votação até agora. No Brasil, um dos países com maior número de eleitores portugueses, aproximadamente 277 mil cidadãos estão na expectativa de receber suas cédulas e votar. Porém, muitos relatam que as cédulas não chegaram ou estão chegando com atraso.

A situação é crítica em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, onde o atraso na entrega das cédulas tem causado grande frustração entre os eleitores. Na maioria dos casos, as pessoas que receberam as cédulas o fizeram em cima da hora, o que pode inviabilizar o envio de volta a tempo, considerando que os votos devem ser postados até 17 de maio e chegar a Portugal até 28 de maio, conforme as regras estipuladas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Desafios logísticos e soluções

“Por fim, deve-se colocar o envelope resposta no correio até o dia 17 de maio. Só serão considerados os votos recebidos em Portugal até o dia 28 de maio,” esclareceu a CNE. A informação sobre os atrasos foi confirmada pelo secretário de Estado para as Comunidades Portuguesas, José Cesário, ao “Jornal de Notícias”, que destacou que o verdadeiro dilema reside no retorno das cédulas a Portugal, um processo que pode demorar pelo menos 12 dias.

Além do Brasil, a situação dos correios está afetando o envio de cédulas em outros países fora da Europa, gerando um cenário que preocupa os cidadãos eleitores. Diversas fontes ligadas a consulados portugueses no Brasil afirmam que muitos eleitores relatam cédulas que não chegaram, enquanto outros conseguiram receber e concluir o processo de votação normalmente.

Voto presencial com baixa adesão

Como alternativa ao voto por correspondência, apenas 1,3 mil emigrantes e eleitores com dupla nacionalidade optaram por votar presencialmente nos consulados portugueses no Brasil. A maioria dos votos presenciais foi realizada em Belém, com 1,2 mil eleitores escolhendo essa opção. No entanto, em São Paulo, que é o maior colégio eleitoral fora da Europa, apenas dois eleitores decidiram ir ao consulado para votar. No Rio de Janeiro, apenas um eleitor se manifestou a favor do voto presencial.

Esses dados revelam a falta de confiança ou interesse no voto presencial, especialmente considerando as complicações do voto por correspondência. O círculo de eleitores que vivem fora da Europa tem a responsabilidade de eleger dois deputados para o Parlamento Português, que conta com 230 representantes. Isso destaca a importância do voto e, simultaneamente, as dificuldades enfrentadas por muitos eleitores fora de Portugal.

À medida que o dia da eleição se aproxima, a necessidade de soluções rápidas e eficazes se torna evidente, garantindo que todos os cidadãos possam exercer seu direito ao voto, independentemente de onde residam. O engajamento da comunidade portuguesa no exterior é vital para o fortalecimento da democracia em Portugal e para que a voz dos seus cidadãos, independentemente da distância, seja ouvida nas decisões políticas do país.

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