Brasil, 15 de maio de 2025
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Policial militar homenageado é procurado por grupo de extermínio no RJ

Tenente Alessander, homenageado pelo governo, é agora alvo do MPRJ por envolvimento em execução e crimes organizados.

O tenente Alessander Ribeiro Estrella Rosa, popularmente conhecido como “Tenente Alessander”, está no centro de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que investiga um suposto novo “escritório do crime”. Acusado de participar de um grupo de extermínio, ele recebeu honrarias significativas de autoridades estaduais e federais antes de ser procurado. O caso levanta questões alarmantes sobre a condução da segurança pública e a corrupção dentro das forças policiais.

Homenagens recebidas pelo tenente

Em 2024, Alessander foi homenageado pela Câmara dos Deputados através de uma “Moção de Louvor e Regozijo”, que ressaltou sua “ilibada carreira” e serviços prestados ao povo carioca. O deputado federal Sargento Portugal, responsável pela indicação, defendeu que a homenagem foi baseada em “critérios técnicos e resultados operacionais”. Além disso, em 2023, o governador Cláudio Castro também outorgou ao policial uma medalha em reconhecimento aos seus 10 anos de serviços prestados.

As homenagens deixaram muitos questionando como um policial que agora é alvo de investigações por homicídio pôde ser nomeado e homenageado. O governo do Rio argumentou que a concessão de honrarias segue um procedimento formal estipulado por decreto desde 1979, onde a lista de homenageados é gerida pela Polícia Militar.

O novo escritório do crime e suas ações

O MPRJ iniciou uma investigação sob o comando do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que culminou na operação para capturar membros de um grupo de extermínio. Alessander é considerado um dos principais alvos da operação e está entre outros policiais militares procurados, como Diogo Briggs Climaco das Chagas, conhecido como “Briggs”. Estima-se que o grupo esteja relacionado a assassinatos realizados a mando de contraventores.

Conexões perigosas

Thiago Soares Andrade Silva, também conhecido como “Batata”, é identificado como o chefe do novo escritório do crime. Mesmo preso, ele continuou a comandar o grupo, que, segundo as investigações, atua com métodos semelhantes aos do antigo “escritório do crime” liderado pelo ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega. Essa nova quadrilha é acusada de envolvimento em pelo menos duas execuções à luz do dia, perpetradas sob ordens de contraventores.

Crimes sob investigação

Dentre os crimes analisados, o assassinato de Fábio Romualdo Mendes, ocorrido em setembro de 2021, se destaca. Ele foi atacado dentro de seu carro em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio. As investigações indicam que “Batata” pagou outros membros do grupo para executar o homicídio. Outro caso notório envolve Neri Peres Júnior, que foi emboscado e morto a tiros em uma via pública, também em 2021.

Os denunciados enfrentam acusações de organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas. Esses delitos revelam uma trama complexa que liga os membros do grupo a um histórico de violência e corrupção dentro das forças de segurança pública.

O legado sombrio do antigo escritório do crime

O “escritório do crime” original é lembrado por sua eficiência em assassinatos por encomenda e outras atividades ilegais, como grilagem de terras e exploração imobiliária clandestina. O caso histórico deste grupo se entrelaça com as ações do novo escritório, apontando para uma continuidade de práticas corruptas que afetam a sociedade carioca. Desde 2009, há pelo menos 13 assassinatos associados ao grupo original, liderado por figuras como Adriano e Ronald Paulo Alves Pereira, ambos envolvidos em operações policiais que visavam desmantelar milícias no Rio.

O atual caso envolvendo o Tenente Alessander não apenas chama a atenção para os desafios enfrentados na segurança pública, mas também revela um sistema que pode estar falido em sua essência. A continuidade dessas práticas, reforçadas pelas honrarias concedidas a indivíduos envolvidos em atividades ilícitas, demanda uma revisão urgente das políticas de segurança e a responsabilização de todos os envolvidos.

Enquanto as investigações continuam, a sociedade civil aguarda respostas e ações concretas que venham a restaurar a confiança nas forças policiais e garantir que a justiça prevaleça frente à violência e corrupção.

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