Brasil, 15 de maio de 2025
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Novas provas de tentativa de golpe no governo Bolsonaro

A Polícia Federal identificou mensagens que envolvem um policial na tentativa de golpe contra Lula e Moraes.

A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre novas evidências que indicam uma tentativa de golpe ocorrida no final do governo de Jair Bolsonaro. As informações foram obtidas através da análise do celular do policial federal Wladmir Matos Soares, que foi preso em 2022 por determinação de Moraes. O caso levanta questões sérias sobre a segurança e os planos de ações de um grupo que almejava um desfecho violento para a transição de poder no Brasil.

Implicações e novos detalhes do caso

Wladmir é investigado por sua atuação como suposto agente infiltrado que vazava informações sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a delicada transição de governo. O policial fazia parte da equipe de segurança externa durante os dias críticos da diplomação e posse de Lula, quando um índice significativo de atos golpistas ocorreu, culminando nos eventos de 8 de janeiro.

As mensagens de áudio trocadas entre Wladmir e outros indivíduos entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 foram analisadas e revelaram detalhes perturbadores. Segundo a PF, ele atuou como “elemento auxiliar” do grupo denominado “Punhal Verde-Amarelo”, que, nas investigações, é vinculado a um plano golpista que pretendia assassinar autoridades, incluindo o presidente Lula e o próprio ministro Moraes.

Mensagens reveladoras e a disposição para agir

Um dos áudios em poder da PF mostra Wladmir expressando sua indignação em relação à decisão das Forças Armadas de não apoiar a proposta golpista. Em uma conversa com um advogado identificado como Luciano, o policial demonstrou estar disposto a agir para impedir a posse de Lula. A conversa revelava um profundo descontentamento e uma mentalidade perigosa.

“Os generais se venderam ao PT no último minuto que a gente ia tomar tudo. Entende, cara? A gente ia empurrar meio mundo de gente, pô. Matar meio mundo de gente. Estava nem aí já”, disse Wladmir em um dos áudios.

Operações especiais e a miragem do golpe

Em outro áudio, Wladmir reiterava que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” com o objetivo de proteger o presidente Bolsonaro, apenas aguardando um sinal para agir. “Nós estávamos prontos. Só que aí o presidente… esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir”, revelou.

A situação revela não apenas a possível vulnerabilidade na segurança presidencial durante as transições de poder, mas também o comprometimento de membros das forças de segurança com ideias extremistas e anti-democráticas.

O papel de Alexandre de Moraes

As conversas gravadas também mostram a disposição de Wladmir em agir contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele chegou a afirmar que estava preparado para prender o ministro e mencionou que Moraes deveria ter sido severamente punido por ter impedido a nomeação de um diretor da PF que era parte do grupo. “O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente de colocar um diretor da Polícia Federal, né?”, disse Wladmir, revelando uma perspectiva alarmante e potencialmente criminosa.

Reflexão sobre o ocorrido e a questão do julgamento

Além das evidências gravadas, as mensagens trocadas indicam um estado de desapontamento de Wladmir por Bolsonaro ter viajado para os Estados Unidos no final de seu mandato, levando à frustração com a não consumação do golpe que ele acreditava ser iminente.

O tema está prestes a ser abordado mais uma vez, pois na próxima terça-feira (20), a Primeira Turma do STF decidirá se Wladmir Matos e outros 11 militares se tornarão réus no processo sobre a trama golpista. Os denunciados fazem parte do núcleo 3 da denúncia protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusados de planejar “ações táticas” para efetivar o plano.

A situação continua se desenvolvendo, e a Agência Brasil aguarda um posicionamento da defesa de Wladmir, mantendo o espaço aberto para qualquer manifestação. A análise dessas novas provas abre um leque de perguntas sobre a integridade das instituições brasileiras e os riscos que elas enfrentam após uma das transições mais conturbadas de sua história recente.

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