Na última quinta-feira, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), provocou agitação nas redes sociais ao publicar uma imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) retratado como um bebê reborn, acompanhado de uma legenda irônica que dizia: “apertou faz caquinha, mas finge ser fofo”. A postagem gerou diversas reações, evidenciando a crescente polarização política no Brasil.
A nova estratégia política de Zema
Como noticiado pelo GLOBO, a ação de Zema pode ser vista como um reflexo de sua estratégia mais agressiva contra o governo federal, uma mudança significativa em relação ao seu comportamento político anterior. Com vistas às eleições presidenciais de 2026, o governador busca se posicionar como um forte concorrente na corrida da direita, diferentemente de outros governadores, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), que optou por uma abordagem mais conciliadora com o governo Lula em eventos recentes.
A postura conciliatória
Até o ano passado, Zema tinha se mostrado mais colaborativo com o governo federal. Em um evento em fevereiro de 2024, o governador enfatizou a importância de “deixar as diferenças de lado” e trabalhou ao lado de Lula para a renegociação da dívida dos estados. A mudança de tom é notável e pode ser interpretada como uma tentativa de se distanciar do passado e, ao mesmo tempo, conquistar um espaço maior no cenário político nacional.
Descontentamento com as decisões do governo federal
Outro fator que pode ter contribuído para essa mudança de estratégia foi o descontentamento de Zema com os vetos de Lula ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). O governador expressou sua insatisfação, especialmente em relação às restrições que limitavam o uso de verbas do novo Fundo de Desenvolvimento Regional (FNDR) para o abatimento de juros. Essa crítica direta ao presidente reflete a estratégia de Zema em apresentar-se como um defensor dos interesses de Minas Gerais e um crítico das políticas federais que o prejudicam.
A troca de marqueteiro
Ademais, a troca de seu marqueteiro no início de 2025 pode ter influenciado essa nova postura. Zema substituiu Leandro Groppô, responsável por sua campanha de 2018, por Renato Pereira, um profissional com vasta experiência em campanhas de políticos tradicionais, como o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Sob a condução de Pereira, Zema intensificou suas críticas a Lula, buscando aumentar sua visibilidade e projeção nacional, estratégias importantes em um ano pré-eleitoral.
Intenção de concorrer à presidência
Apesar de suas movimentações políticas e da crescente agressividade em suas críticas, Zema tem se mantido firme em sua declaração de que não tem intenção de disputar a presidência. Ele reforça sua imagem de “outsider” ao afirmar: “Eu não sou político. Sou um mineiro inconformado com o que fizeram com o meu estado e decidi contribuir com Minas. Vou também contribuir com o Brasil.” Essa declaração sugere que, apesar de suas ações, Zema busca se distanciar de rótulos políticos tradicionais e manter uma conexão com os eleitores que se identificam com sua postura de não político convencional.
Reações e consequências
A postagem de Zema e sua postura crítica em relação ao governo federal geraram diversas reações nas redes sociais e entre os políticos. Alguns apoiadores o elogiaram por sua coragem de criticar uma figura tão influente como Lula, enquanto outros desaprovaram a abordagem considerada desrespeitosa. O comportamento de Zema pode impactar sua imagem e posição entre os eleitores, especialmente em tempos de crescente polarização política.
Desta forma, a ironia de Zema não apenas lança luz sobre suas intenções políticas, mas também provoca um debate sobre a relação entre governadores e o governo federal em um Brasil cada vez mais dividido.